segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PRAIA DO GONZAGA EM SANTOS


Essa foto aí em cima foi tirada no dia de hoje, 15 de novembro de 2010, feriado, dia da proclamação da república. Praia do Gonzaga, na cidade de Santos. Copiei da UOL.

Essa imagem me traz grandes e boas recordações. Minha adolescência vem à cabeça com força. Na década de 70 eu morava com a minha família em Santos, exatamente no bairro do Gonzaga. Na verdade foram poucos anos, e não a década toda. Foi de julho de 1975 a janeiro de 1980.

Cheguei a Santos com 12 anos de idade. Um menino aturdido com a cidade grande. Eu tinha saído do interior de Goiás. Nunca tinha visto o mar. Não fazia nem ideia. É claro que na escola já tinha visto ilustrações, e também na televisão, mas na minha cabeça, não imaginava como era de verdade.

Na noite em que chegamos, meu pai levou a mim e a minha irmã caçula para ver o mar. Mas era noite e não víamos nada. Ficamos um tempo sentados num banco de concreto no calçadão ao lado do Posto 2. E meu pai tentava nos dar uma dimensão da coisa, mas não adiantava. A gente queria ver o mar, tocar nele, sentir como era.

Tivemos que nos contentar em ver aquela espuma branca aparecendo e sumindo ao longe. Eram as ondas que arrebentavam gerando aquela espuma branquinha. Fiquei aflito e mal dava para esperar o novo dia para ver de perto aquela lagoa enorme. Me lembro que só fui matar a minha curiosidade alguns dias depois. Porque estávamos todos envolvidos em arrumar a mudança, pôr os móveis no lugar e tudo mais, e como era pequeno, tinha que esperar alguém mais velho se desocupar para me levar.

Mas o dia chegou e quando vi aquele... mar... senti uma sensação tão boa, o peito parecia que ia se abrir, explodir. Na época não sabia explicar o que estava sentindo, mas hoje, lembrando daquele momento, eu estava de frente com a liberdade, com o limite da terra e o ilimite do mar. Olhava a linha do horizonte e apesar de não ver além dela, tentava adivinhar um mundo após.

Também experimentei a água molhando o dedo, e vi que era salgada de verdade. Só conhecia águas dos rios. Pulei nas ondas e sobre elas. Mergulhei com os olhos abertos e vi estrelas. Levei picada de siri. Vi as pessoas pegando jacaré, e tentei fazer igual até conseguir. Vi os surfistas com as suas pranchas pegando onda e fazendo manobras radicais, e ficava embasbacado. Um mundo novo!

Fui muito feliz em Santos. Fiz boas amizades. Joguei muita bola na praia. Vôlei. Frescobol. Tamboréu. Corri muito ali. Do Posto 2 até a praia do Itararé em São Vicente. Subia no trem que passava próximo de casa. Andava de bicicleta na cidade toda. Andava em lugares que meus pais nunca desconfiaram. Fui a um jogo do Santos na Vila Belmiro, mas não me lembro contra quem e nem quem ganhou, porque não suportei o barulho da torcida e acabei saindo mais cedo. Já naquela época apreciava a calma, a quietude. Muita gente confinada me deixava agoniado.

Agora, na praia, não me importava com muita gente. Paquerei muito. Não muito. Podia ter paquerado mais. Santos é um lugar de gente bonita. Também é um lugar de gente da terceira idade. Dizem que é a cidade dos aposentados. Quando me aposentar, quem sabe realizo o sonho de voltar pra lá?! Não falta tanto tempo mais. Será que ainda Deus vai me dar essa oportunidade?!

sábado, 18 de setembro de 2010

Até quando?


Aquela cena terrível ainda me vem à mente de repente.

Até quando?

Dia 15 de setembro de 2010, quarta-feira, manhã, Feira dos Importados em Brasília. Estava em férias em Paracatu/MG e ao retornar pra casa, dei carona a minha cunhada até Brasília. Lá chegando, ela nos convenceu a ir a essa feira comprar roupas, porque é tudo mais em conta. Chegando àquela rua estreita da feira, vimos um corpo no chão, naquele asfalto quente, coberto com um saco plástico branco e com os pés descobertos. Em volta, cheio de sangue. Mais à frente um caminhão baú parado e vários policiais conversando na sombra que o baú proporcionava. O perímetro do acidente estava cercado com fita plástica amarela e preta. Muita gente ao redor daquele cerco olhando aquele corpo sem vida, miolos, ali, estendido naquele chão quente. Meu Deus! Que cena horrível!

Perguntei a um jovem visivelmente perplexo com o que havia acontecido, e ele disse que viu o acidente. O caminhão estava parado na faixa esquerda da rua com o motor funcionando, a mulher parou e se encostou ao lado esquerdo do para-choque na frente do caminhão, meio encurvada pra frente olhando após do caminhão, certamente pra ver se não vinha nenhum carro pra que pudesse acabar de atravessar a rua. Nesse momento o motorista do caminhão o acelerou e saiu empurrando a mulher pra debaixo dele e passando com a roda por cima da sua cabeça. O motorista só parou quando ouviu as pessoas gritando pra ele parar.

Escutando outras pessoas por ali, fiquei sabendo que a mulher tinha 32 anos e tinha acabado de sair da loja da cunhada, que a cunhada viu tudo e desmaiou, que o motorista tinha ficado muito perturbado quando viu a mulher no chão sem a cabeça, que o motorista disse que não viu ninguém na frente do caminhão, que a mulher era baixa e a cabine do caminhão alta e isso foi o motivo do motorista não ter visto a mulher etc.

Aquela cena daquela mulher estendida ali na rua, as pessoas olhando, sem ninguém poder fazer nada, sem eu poder fazer nada. Sensação de impotência. Eu pensava comigo mesmo, o que posso fazer? Confesso que passou pela minha cabeça..., e se orasse a Deus em nome de Jesus para que ressuscitasse aquela mulher?! Se Deus atendesse minha oração e realizasse ali naquele momento o milagre da vida?! Quantas pessoas ali seriam alcançadas pelo Evangelho vendo o poder de Deus se manifestando naquele corpinho ali, recompondo primeiro a sua cabeça e em seguida se levantando dando glórias ao Pai?!

Fico pensando, que tipo de fé é essa que digo possuir? Jesus disse que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, poderíamos mover montanha. Mas e se eu orasse ali e não acontecesse nada? Morreria também eu de vergonha? As pessoas zombariam de mim? Poderiam me hostilizar? O que eu poderia falar àquelas pessoas se Deus não quisesse levantar aquela mulher morta? Cadê a minha ousadia pra pregar as Boas Novas? Cadê a minha intrepidez pra aproveitar a oportunidade? Cadê a minha confiança em Jesus? O que aconteceu com aquela paz que saí do encontro nacional do caminho da graça? Será que entendi tudo mesmo? Por que eu já maduro, pelo menos na idade, impressionar tanto como a um menino?

Depois, fico arrazoando comigo mesmo, que estou sendo extremista demais, que Jesus não me deu o dom de ressuscitar, que Jesus sabe que a nossa fé é mesmo muito pequena, muitas vezes menor que o grão de mostarda, tanto que Ele mesmo anunciou isso, que Ele não vai me cobrar por essa fraqueza, que sou mesmo fraco e Ele sabe disso melhor do que eu mesmo, que fatalidades acontecem o tempo todo, e foi o que aconteceu com aquela mulher, que poderia ter acontecido comigo mesmo ou qualquer familiar meu, que não sou nada e que por isso mesmo preciso tanto da misericórdia e da graça do Senhor Jesus, que... que... que...

...que fim de férias!

David

segunda-feira, 9 de março de 2009

O EXILADO (DA LINDA PÁTRIA)



O EXILADO (DA LINDA PÁTRIA)

Da linda pátria estou bem longe;
Cansado estou;
Eu tenho de Jesus saudade,
Oh, quando é que eu vou?
Passarinhos, belas flores,
Querem m'encantar;
São vãos terrestres esplendores,
Mas contemplo o meu lar.

Jesus me deu a Sua promessa;
Me vem buscar;
Meu coração está com pressa,
Eu quero já voar.
Meus pecados foram muitos,
Mui culpado sou;
Porém, Seu sangue põe-me limpo;
Eu para pátria vou.

Qual filho de seu lar saudoso,
Eu quero ir;
Qual passarinho para o ninho,
Pra os braços Seus fugir;
É fiel - Sua vinda é certa,
Quando... Eu não sei.
Mas Ele manda estar alerta;
Do exílio voltarei.

Sua vinda aguardo eu cantando;
Meu lar no céu;
Seus passos hei de ouvir soando
Além do escuro véu.
Passarinhos, belas flores,
Querem m'encantar;
São vãos terrestres esplendores,
Mas contemplo o meu lar.

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Não sei como minha maninha conseguiu, mas ela cantou esse hino no culto fúnebre do meu velho e saudoso pai. Eu só chorava, e continuo chorando toda vez que o ouço. A mensagem é linda e nos fala da 'saudade' de estar com Jesus, mas não consigo me controlar, e na verdade, nem faço nenhum esforço pra isso..., deixo acontecer. Depois, é como se eu tivesse sido lavado e me sinto mais leve. Não sei explicar melhor!


sábado, 20 de dezembro de 2008

ESBOÇO DE UMA VIDA - Parte 11


Apenas, sentimos que a Providência Divina estava novamente em ação. A decisão, é claro, foi pela afirmativa. A próxima semana nos pegou, a mim e a meu pai, seguindo para São José do Rio Preto. Lá chegando, fomos a procura do Rev. Armando Pena Forte de Amorim, o pastor da igreja, cuja residência ficava ao lado do templo da Igreja Presbiteriana, ali na Rua Prudente de Moraes, meu domicílio durante o ano de 1948.
A nossa curiosidade foi satisfeita quanto ao que sucedera. De tempos em tempos o Seminário Presbiteriano de Campinas promovia uma campanha pró-vocações. Recentemente o Rev. Jorge Goulart, Deão do seminário e primo de minha mãe Ninita, passara por Barretos e estivera conosco, quando tomou conhecimento dos obstáculos que enfrentávamos, quanto à continuidade dos meus estudos. Não fizera ele, na ocasião, nenhum maior comentário, mas, assim que chegou a São José do Rio Preto ele comentou com o Rev. Armando que tinha um “sobrinho”, aspirante ao Santo Ministério, sem recursos para continuar os estudos, o que é que o Presbitério de Araraquara poderia fazer a respeito? Rev. Armando respondeu: quanto ao Presbitério, é cedo para afirmar qualquer coisa, porém, quanto a mim já me decidi, vou trazer o Milburges para São José do Rio Preto.
Ato contínuo matriculou-me na primeira série do curso clássico; aguardava a documentação de praxe para que a mesma se efetivasse. Meu pai e eu fomos para Rio Preto levar os documentos exigidos, para a efetivação da matrícula. Papai retornou a Barretos e eu permaneci, bastante constrangido é verdade, pelo fato de todos me serem desconhecidos. A minha insegurança aumentava, por causa da ansiedade que me dominava. A dona da casa estava viajando com os filhos, aproveitando os últimos dias de férias na cidade de Campinas na casa do pai, o Sr. Germano. Dona Dalila (assim se chamava a esposa do Rev. Amorim), não demorou a retornar, acompanhada de seus quatro filhos: Gilmar (o mais velho, eu o conhecera num congresso da mocidade na cidade de São Carlos, em 1946), Cleomar (a única menina), Edenar e Osmar (o caçula). Imagine-se a surpresa de D. Dalila ao chegar e ser apresentada, segundo as palavras do esposo, ao “novo filho”. A reação não foi nada calorosa, e eu mais encabulado fiquei.
O Rev. Teófilo Carnier pastor da I Igreja de Barretos e encarregado dos atos pastorais junto à Congregação do Frigorífico, tornara-se um bom e grande amigo de meus pais. Fizera ele uma observação preocupante, a respeito de D. Dalila Germano Amorim. Talvez por descender de uma família financeiramente muito bem sucedida, não se acostumara ainda à frugalidade da vida de esposa de pastor pobre, que de grande tinha sua avantajada estrutura física, e um coração tão grande e generoso, quanto ao seu “peito avantajado”, onde lhe pulsava um grande coração. Coração de Pastor!
Tudo acabara por cair no ritmo da normalidade do habitual. Integrado no saio da família, no seio da Família da Fé, a vida estudantil correndo bem. De repente, o susto explodiu como bomba, eu nascera em 1928, portanto em 1948 eu tinha a idade para o obrigatório serviço militar. Esquecêramos totalmente do alistamento competente e, agora, via-me na contingência de perder de não poder matricular-me no Tiro de Guerra, e ter que incorporar-me ao serviço militar, em regime de caserna, de exército. Seria mais uma interrupção no processo de preparação para o seminário.
Entrou, então, em cena o amado presbítero, o médico Dr. Alípio Benedito Cerqueira de Castilho, major médico, reformado do exército. Apadrinhou-me e usando sua influência junto à direção do Tiro de Guerra, conseguiu que eu fosse, finalmente, matriculado no Tiro de Guerra.
O tempo tinha que ser dividido entre o colégio e o Tiro de Guerra. A fim de poupar meu pai do dinheiro que remetia para pagar lavanderia e passadeira, resolvi, eu mesmo, lavar e passar a minha roupa, inclusive o uniforme do colégio e a farda do TG. Pela manhã eu lavava a roupa, após o almoço, aulas. Como a instrução no TG tinha inicio às 18h00, eu saia do colégio, às 17h00, chegava em casa, pegava a farda no varal, mais dura e ressequida que couro. Passava, vestia e seguia para o TG. As outras peças de roupa ficavam sobre a cama, à espera do meu retorno, quando eu passava tudo. Não era muita coisa. O meu guarda-roupa era escasso, bem escasso. Tanto assim que naquele tempo era comum o uso de suspensórios. Eu não fugia à regra. Algo, hilário, acontecia toda semana. Duas calças caqui, do uniforme do colégio, tinham o cós alto porque se usava suspensório. Quando lavava uma das calças, precisava mudar os botões dos suspensórios para a outra calça. Por muito tempo vinha repetindo esta providência, até que, D. Dalila, agora minha amiga, trocou definitivamente aqueles botões, como, também, entregou minha roupa e a “bendita” farda aos cuidados de sua lavadeira e passadeira. Aleluia!
A Junta de Missões Nacionais entregara ao Presbitério os campos de Mirassol, José Bonifácio, Tanabi e Votuporanga. Coube ao Rev. Armando Amorim como Secretário Permanente (executivo), coordenar a assistência ao campo. A partir daí fui aproveitado com freqüência nos trabalhos, pelo campo todo. De sorte que visitava a Congregação de Mirassol, a de José Bonifácio, a de Tanabi, e pontos de pregação. Pelo fato de receber uma gratificação, pequena, pela colaboração, deu-me mais tranqüilidade no desfrutar da hospitalidade do Pastor.
Como as instruções do TG aos domingos iam das 7h00 às 11h00, eu freqüentava a Escola Dominical na Igreja Presbiteriana Independente cujo Pastor era o Rev. Rubens Cintra Damião, meu professor de Grego e de Inglês. Tive, assim, a oportunidade de cooperar com a IPI, lecionando para a mocidade na ED e esporadicamente, dirigindo os estudos bíblicos semanais, e substituindo o Pastor no púlpito, quando solicitado.
Apesar das muitas lutas, de momentos de desânimo, fui ricamente abençoado durante a permanência em São José do Rio Preto (1948). Porque fui amadurecendo em minhas experiências de jovem cristão, como também, definindo com mais objetividade o alvo primário da minha vida. Lembro-me hoje, até com saudade, dos sacrifícios do tempo do TG e do Sgt. Darwia Villar da Costa, um paranaense de maus bofes, que afirmava não gosta de estudantes e de “crentes”.
As Igrejas Presbiterianas e Presbiterianas Independentes, praticamente me adotaram. A generosidade dos irmãos da SAF supriu-me naquilo que me faltava, porém, especialmente o carinho, a amizade e a consideração, para com aquele estudante magricela, mineiro de calcanhar rachado (como se dizia em Minas). Como eu tinha muitos compromissos, tinha uma dificuldade... Não tinha relógio. O Rev. Rubens apresentou-me ao irmão Sr. Scarânio, Presbítero da IPI, e dono de uma relojoaria de porte, para que me vendesse à prazo um relógio. Escolhido o relógio, fiquei todo feliz, pois pela primeira vez tinha um relógio, ao pulso. Por ocasião do meu retorno para casa, fui conversar com o Presb. Scarânio obre o relógio. O Rev. Rubens, para não me constranger, me encaminhara ao irmão Scarânio, mas não me dissera que já havia pagado o relógio (de marca Royce).
Após o TG e em gozo de férias após o primeiro clássico, retornei a família, ainda no Frigorífico Anglo (Barretos). E aí, novamente nos deparamos com os Caminhos da Providência. O Sr. Benedito comprador do sítio de Jaboticabal estava tendo dificuldade no pagamento. Então meu pai e meu avô, com o espírito cristão que os animava, propuseram ao irmão Sr. Benedito a devolução da propriedade, o que evitaria maiores constrangimentos para as partes, e menor prejuízo para meu avô. Pois, por falta de dinheiro, o carrinho e o animal foram vendidos, fato que limitaria muito a comercialização de produtos do sítio, como fazia de primeiro. Nosso irmão hesitou em aceitar a proposta, pois reconhecera que fizera um mau negócio, e queria, o quanto antes voltar para o meio da sua parentela, para os lados de Tietê.
Posto isto, eis-nos de novo, meus avós e eu, e de novo a “tia Galdina” no sítio de Jaboticabal. O segundo clássico seria cursado no Colégio Estadual, onde eu concluiria o curso ginasial, com uma série de novas dificuldades em 1949. O fato, porém, de retornarmos ao convívio antigo com os amados irmãos que ali deixáramos, foi gratificante.
Os acontecimentos de 1949 serão assuntos para: Caminhos da Providência V.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

FÉRIAS 2008 DATELL



Depois de muitos anos consegui me programar para sair de férias com minha mulher. Bem, não foi lá uma grande programação, porque até as vésperas, não sabia ainda muito bem aonde ir. Pensei em Bonito do Mato Grosso do Sul, em Guarapari no Espírito Santo, em Pirenópolis aqui em Goiás, em Rio Quente também em Goiás, porém, aproveitando a oportunidade para levar meu mano em Santos, que estava passando uns dias aqui com meus familiares, resolvi ficar uns dias por lá e depois seguir pelo litoral norte via Rio-Santos até onde o dindin desse. Nunca fiz nada parecido, mas nunca é tarde para se começar, mesmo tendo agora que economizar por um ano... Valeu à pena!


Saímos de Rio Verde na terça dia 15 de julho às 16h. Às 6h da quarta estávamos em Santos. Deixei meu mano em sua casa com minha cunhadinha e seus pais. Demos entrada no Hotel Caravelas que fica a 20m da praia José Menino, ali, no canal 1. Muito aconchegante, o pessoal simpático, acolhedor e o café da manhã gostoso. Sentimos-nos muito bem ali.

Descansamos um pouco e depois fomos procurar um lugar legal para comermos. Almoçamos no Restaurante Praia Gonzaga que fica ali na Av. Mal. Floriano Peixoto. Uma comida muito gostosa e um lugar bem tranqüilo, apesar do trânsito movimentado do lado de fora. Depois, como não poderia deixar de atender minha esposinha querida, fomos às compras nas lojas do Gonzaga. Ai... Andamos, andamos, andamos... Caramba! Ela não se cansava! E eu doido pra caminhar na praia com a água salgada pelo tornozelo. Paciência!

Na quinta fomos até a Ilha Porchat tirar algumas fotos do mirante projetado pelo Niemeyer que fica no topo da ilha. Esse mirante tem um bicão que fica apontado na direção de Brasília. A visão de lá é simplesmente maravilhosa. Dá pra vislumbrar as praias do Gonzaguinha e Itararé, ambas em São Vicente, e também a baia de Santos. Lembrei-me que nessa ilha tem uma pedra que o pessoal chama de Pedra do Tarzan e eu já pulei de cima dela pro mar, quando era adolescente nos anos 70. Hoje, “acho” que nem consigo subir nela! Que dúvida! Mas sou capaz de ficar ali por horas admirando a beleza natural contrastando com a engenhosidade do homem, e tudo criado por Deus. Fico até extasiado. Depois, fomos visitar um velho amigo e sua família.

Na sexta fomos caminhar na praia. Começamos ali no canal 1, Praia do José Menino e fomos até o canal 5, Praia do Embaré. Achei a praia muito limpa e a água também estava bem clara. Bem diferente da outra vez em que estive em Santos há alguns anos. Os jardins estavam muito bem cuidados. A prefeitura de Santos tem quarenta funcionários só por conta de manter o jardim bem cuidado. E aqui uma informação oficial: depois de muita pesquisa, os editores do Guinness Book of Records, o livro dos recordes, finalmente incluíram o jardim da orla de Santos como o jardim frontal de praia de maior extensão do mundo; são 5.335m de extensão distribuídos ao longo de 7km de praias, ou 218.800m², que vão do José Menino à Ponta da Praia. Dá pra fazer uma caminhada e tanto, e se ainda tiver fôlego, dá pra estender até a Ilha Porchat em São Vicente.

À tarde fomos passear na Escuna Tamburutaca. Foi quase duas horas de passeio e eu fiquei sentado o tempo todo. Fiquei com receio de me levantar e tontear e dar vexame. Mas o passeio foi muito gostoso e o mestre da escuna ia narrando pelo microfone as informações de cada lugar. Passamos pela Fortaleza da Barra, Ilha das Palmas, praias do Góes, do Cheira Limão e do Sangava - localizadas no Guarujá - e da Ilha de Urubuqueçaba, na divisa com São Vicente. Também vimos, sob um ângulo privilegiado, as praias do José Menino, Pompéia, Gonzaga, Boqueirão, Embaré, Aparecida e Ponta da Praia, todas em Santos. Na direção contrária, através do estuário e Canal de Bertioga, vimos o porto e seus armazéns, as construções antigas da Codesp, a Ilha Barnabé, a Base Aérea de Santos e a Ilha Diana, onde vive uma comunidade de 200 pescadores, os manguezais e parte da área continental de Santos. Também dava pra ver vários prédios inclinados. O mestre da escuna disse que 95% dos prédios da orla têm algum grau de inclinação, mas que os técnicos que fizeram essa avaliação disseram que não tem risco para os moradores (será que algum téc+.lltnico mora num desses prédios?). Achei o ingresso do passeio meio caro, R$ 20,00 por pessoa, mas como nunca tinha feito esse passeio, achei que valia a pena. Encerrando o passeio o mestre fez um sorteio e a Tell ganhou uma coca lata geladinha e uma miniatura da escuna, e ainda pegou no timão (imagina o risco que corremos?!).

Depois fomos conhecer o Museu da Pesca. Sabe o que tinha lá? Um tantão de esqueleto de peixes de tudo quanto é tamanho, e mais algumas curiosidades. Para quem gosta de peixe é uma boa pedida. Olha o tamanho do tubarão da foto aí. Esse esqueleto comigo ao lado, se trata de uma baleia de sete toneladas e com vinte e três metros de comprimento. Grandinha não?!

À noite fomos comer uma pizza no Van Gogh. Uma delícia! O problema é que serve aperitivo enquanto sai a pizza, e eu acabei entrando pra valer no aperitivo, e quando veio a pizza, só consegui comer quatro pedaços, só! A Tell comeu um e meio e o que sobrou, guardei no frigobar do hotel, e se ninguém de lá observou, deve tá lá até hoje! Pois só fui me lembrar disso quando já estava em Ubatuba.

Sábado levantamos cedo, tomamos café e pegamos a balsa (é de grátis!) para Guarujá. Fomos até a Praia do Pernambuco, águas claras e rasas, mas como as achei muito fria, não tive coragem de entrar no mar não, mas a Tell não perdeu tempo. Essa sabe aproveitar! Eu me satisfiz só de ficar sentado debaixo do guarda-sol admirando as pequenas ondas arrebentar na praia, e claro, bebendo coca-cola e comendo petisco de camarão com cebola a milanesa. Mais tarde fomos caminhar pela praia e quando nos cansamos ficamos encostados nas pedras da ilha. Aproveitamos também pra tirar água do joelho porque lá não tem banheiro público, aí o jeito foi entrar no meio das árvores da ilha. A prefeitura podia providenciar banheiro público nas praias do Guarujá como tem nas praias de Santos, não é?!

Retornamos à Santos no meio da tarde e pegamos o bonde funicular do Monte Serrat. São aproximadamente quatro minutos de subida. De lá tiramos algumas fotos da cidade de Santos e do porto. A vista é realmente muito bonita de lá de cima. O Cassino de Monte Serrat foi inaugurado em 1927, mas eu fiquei um pouco frustrado porque achava que pela fama, o lugar oferecesse mais entretenimentos aos turistas. Com relação à gastronomia mesmo, não tinha nada de interessante. Podia ter, por exemplo, um bom restaurante. Acho que falta um pouco de investimento. Lá em cima tem uma vila pequena e uma igrejinha, e do mirante dá pra tirar boas fotos. Nesse dia ia ter um casamento lá. Estava cheio de gente arrumando tudo para a cerimônia e festa. O pessoal que puxa e segura o bondinho pra cima e pra baixo, ia ter muito trabalho. Haja cabo!

À noite fomos convidados pelos nossos amigos Fernando e Nilce para jantarmos. Eles escolheram um restaurante diferente. Não me lembro o nome agora, mas sei que fica na Afonso Pena. Lá serve rodízio de espetinho. É só espetinho mesmo, mas de várias carnes, e tinha até uva e morango com cobertura de chocolate no espeto. Eu achei que a conta ia ser dividida e comi uns dez, mas na hora de pagar o Fernando não me deixou participar e pagou tudo sozinho. Obrigado Fernando! Da próxima, deixa comigo... vou comer o dobro! ;^) Também estava lá a Priscila, filha dos meus amigos e mais tarde chegou o casal Davi e Rosa, irmão e cunhada da Nilce. Tudo gente boa!

Domingo saímos cedo em direção a Ubatuba. Pegamos a balsa que atravessa para Guarujá e seguimos em frente. Pegamos a via Rio-Santos que passa a margem de várias praias, cada uma mais linda que a outra. Pena que não dava para parar toda hora para admirar com calma e tirar fotos.

Chegamos em Ubatuba pelas 13h e achamos uma pousada muito ajeitada. É a pousada Pousada das Artes da D. Arlete. O casal Francisco e Cristina é que são os responsáveis para manter tudo funcionando. A pousada é muito gostosa, são oito suítes temáticas, e cada uma representa um país. Ficamos com a da Grécia. Na sala da recepção fica uma garrafa de café, mas que não é só café, é café com leite. Eu ainda não tinha visto isso, porque normalmente só tem café preto nessas garrafas térmicas. Uma idéia legal! A D. Arlete é uma tremenda artista plástica e cada canto da pousada tem uma arte sua que encanta.

Depois de nos instalarmos, fomos procurar um restaurante. A Tell queria comer carne e eu achei foi bom, porque não sou fá de peixe. Aí achamos na praia das Toninhas o Restaurante Arrastão, muito acolhedor. Pedimos uma picanha na grelha. Que delícia! São quatro bifões no ponto servidos na grelha quente, com cebola e tomate, arroz com brócolis, farofinha com lingüiça e batatas fritas. Comi tanto que sai arregalado e me esqueci de tirar uma foto!

Na segunda fomos a Paraty. Sempre ouvi falar muito da cidade e quis aproveitar que estávamos tão perto e fomos passar o dia lá. O centro histórico é muito histórico (dizer mais o quê?!). Demos uma volta por lá, quase torcemos os tornozelos naquelas pedras. Como nossos predecessores sofriam, né!? Cansamos logo e fomos para uma praia atrás do monte que se chama Jabaquara. A vista é muito bonita e o mar calmo. Pode-se andar mais de cem metros mar adentro que a água só chega até as canelas. Mas a areia não é muito firme igual à de Santos. Tentamos caminhar, mas não deu. A gente se afundava na areia... quer dizer, eu né! Almoçamos num quiosque da praia mesmo, caminhamos mais um pouco pela cidade, tiramos fotos, compramos algumas coisinhas e retornamos a Ubatuba. Ah! Tomei um sorvete de capim cidreira. Já viu isso? Muito, muito bom... pra quem gosta!

Na terça o caixa já estava baixo, então, resolvemos pegar o caminho da roça, mas antes, passamos por São José dos Campos, Campinas, e paramos em Uberlândia. Na quarta fomos procurar a casa da sobrinha da Tell, e achamos, por incrível que pareça, mas não tinha ninguém lá. Aí rumamos para Paracatu, cidade da minha esposinha. À noite comemos um arroz com lingüiça na casa da minha cunhadinha Mírian que só ela mesma sabe preparar. Ficamos por lá quatro dias, passamos em Cristalina na casa da Yanne sobrinha da Tell, em Brasília almoçamos uma comida da hora na casa da D. Socorro e chegamos em Rio Verde no domingo à noite.

Em Paracatu, como sempre, acontecem coisas inusitadas. Uma manhã, às 5h30 fomos acordados pela Ruth e Florival com uma bandeija com pão de queijo quentinho, café, leite, e nescau. Não nos deixaram nem sair da cama. Tomamos o café da manhã ali mesmo. Dali eles foram fazer o mesmo em mais dois irmãos. Estavam animados!

Comi um prato na casa da Ruth e Florival que nunca tinha comido antes, é um tal de Galopé. É um cozido de galo com pé de porco. Tava da hora! Aliás, os almoços foram todos na casa deles. Ficamos instalados na casa grande de vó Lídia, mas tomamos as refeições lá.


Teve a comemoração do aniversário do meu cunhado Paulinho com arroz com carne de sol e galinhada, mas dessa vez eu comi pouco porque estava de noite. Só dois pratinhos!


Também teve o sábado em que a Maria, irmã do nosso cunhado Pedrinho, fez um grande almoço em seu rancho, e até a Tell aproveitou para pescar, ou melhor, tentar.


Teve também as pizzas que Dácia pagou na pizzaria do Paracatuzinho que estavam muito saborosas. Tudo muito bom!

Teve uma tardezinha que a Tell, Dácia, Queijo, Cida e Flávia foram visitar o túmulo da minha sogrinha. Só que se esqueceram da hora, e quando resolveram ir embora, acreditem... ficaram presos no cemitério. A senhora responsável pela chave do portão do cemitério, fechou o portão na hora certa, e não percebeu que ainda havia gente lá dentro. Tinha uns rapazes do lado de fora sentados no banco de concreto, e o Queijo gritou pedindo ajuda pra eles. Só deu neguinho correndo e Queijo gritando... Ôôô, gente, eu tô vivo, eu tô vivo!!! Ai perceberam que se tratava de gente viva mesmo, e foram chamar a dona da chave do portão que mora lá perto. A dona foi abrir o portão toda desconfiada porque a Tell tirou foto dela, e ela achou que era para dedurá-la ao prefeito. Mas ficou tudo bem. E mais uma história pra ser contada pros netos.

Para encerrar as férias, fomos passar os últimos dias em Mineiros na casa do nosso filho caçula Victor e nossa norinha legal que faz pudinho Leandra. E assim, acabamos nosso relato das férias de julho de 2008.

Ficamos muito satisfeitos com essas férias. Gastamos muito, e agora vamos ter que economizar até no papel higiênico, ;^) mas valeu a pena. Já estamos pensando para o ano que vem. Se Deus quiser, dessa vez vamos levar a família toda. Vai ser uma farra boa!

Ao Senhor nosso Deus agradecemos por ter proporcionado dias tão agradáveis, pelo cuidado, proteção e presença constante durante as férias. A Deus toda glória!


As fotos das férias estão no Orkut.

domingo, 13 de julho de 2008

ESBOÇO DE UMA VIDA - parte 10

O ano de 1948 começou nos surpreendendo, com algumas decisões inesperadas da família. Meus avôs começavam a sentir o peso dos anos, particularmente minha avó, que sofria bastante em virtude de uma bronquite-asmática, precisava da presença constante de minha mãe, que era obrigada a deslocar-se do Frigorífico Anglo (Barretos) para Jaboticabal. Diante desse quadro, a contra gosto do velho Zéca Coelho, a solução que melhor pareceu aos meus pais, foi a venda do sítio. Um senhor, membro da Congregação do Frigorífico, Sr. Benedito, bom crente e bom amigo, aposentara-se de sua atividade no Frigorífico e como se mostrasse interessado, em pouco tempo, pressionados mais pelas contingências familiares, meu avô sacramentou o negócio, cujas condições foram aquelas, comuns, a pais e filhos.
Vendido o sítio, nos transferimos todos para o Frigorífico.
O velho Zéca Coelho, pouco parou ali. Foi para Patos de Minas, passar uns tempos com o filho adotivo Pedro Coelho da Cunha, proprietário de um sítio, na Mata dos Fernandes, onde exercia a profissão de “dentista prático”, e desenvolvia um pequeno estabelecimento comercial no ponto de ônibus, o que lhes permitia oferecer aos passageiros: café, leite, quitandas e salgadinhos. Tia Clara, a esposa, era excelente quitandeira. Vovô se deliciava cultivando milho, mandioca e verduras. Ele não sabia ficar inativo.
As coisas, todavia, não se ajustaram muito bem a minha condição estudantil, que deveria, agora, ser desenvolvida no 2º grau, preferencialmente, no Curso Clássico, o mais indicado para quem planejava o Curso Teológico. Acontece que, Barretos, só oferecia o Científico, o Curso de Contabilidade e o Curso de Professor Normalista. Hoje, depois de tantos anos, sinto que na verdade, foi a precariedade das condições financeiras da família, o motivo que embaraçou as decisões a ser tomadas. Pois, o Seminário não tinha como, via de regra, obrigatoriedade pelo Curso Clássico. Apenas, que julgavam-no mais adequado. O que importava era ter-se concluído o 2º grau. Esta era a exigência.
Cabe aqui, em face desta preferência, uma pequena digressão. Como não era muito comum a existência do Clássico, na rede escolar estadual e nem particulares, foi criado em Jandira, subúrbio de São Paulo, o Instituto “José Manoel da Conceição”, o qual atendia não só aos candidatos ao ministério, mas a outros que não pretendiam o Ministério. O Colégio atendia não só a Igreja Presbiteriana do Brasil, mas também a Igreja Presbiteriana Independente. Os estudantes que demandavam aos seminários da IPB ou da IPI, iniciavam-se em algumas matérias do Teológico. Daí o Conceição ser considerado como um “Seminário Menor”. No meu caso, parece que como num ato falho, ninguém pensou nessa alternativa, que incluía, indispensavelmente, a co-participação da própria Igreja.
Posto isto, voltemos à realidade do ano de 1948. Entendendo, pessoalmente, o desgaste financeiro da família, e as preocupações com os novos encargos familiares, sugeri ao meu pai que eu gostaria de trabalhar aquele ano, a fim de compartilhar das lutas e necessidades, pressentidas. Surgiu uma vaga no escritório do Frigorífico Anglo, um funcionário estava de aviso prévio, reivindicando uma nomeação para funcionário do estado. Trabalhei por trinta dias, ao fim dos quais o funcionário retornou ao seu lugar, porque a sua nomeação não saíra. Senti-me frustrado, levando no bolso o salário recebido, fui para casa. Meus pais estavam em Barretos. Só tive minha avó e a “tia” Galdina para compartilhar a frustração daquele momento.
“Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!” (Rm. 16:27)
Não tive muito tempo para curtir minha frustração. Nós morávamos na Fazenda do Anglo, separada da Vila Pereira (bairro de Barretos), pelo ribeirão. O Patrono da Vila, o proprietário do loteamento, um português de nome Sr. Júlio Pereira, tinha, funcionando no seu armazém, um posto telefônico. Assim é que um seu empregado, foi até a nossa casa, para nos avisar que às 17:00h, daquele dia, alguém deveria estar presente no posto, para atender a um interurbano de São José do Rio Preto (região da araraquarense), Barretos ficava na região da Paulista.
Fiz-me presente às 17:00h no posto telefônico, e para minha surpresa, do outro lado da linha uma voz grave, sonora, comunicativa, ao saber quem do lado de cá estava a atende-lo, me disse: Então você é o Milburges Gonçalves Ribeiro, parente do Rev. Jorge Goulart? Pois bem, você já está matriculado no 1º Clássico, no Colégio Estadual de S. J. do Rio Preto, e vai residir em minha casa.
Como era hora da passagem do ônibus, Barretos-Frigorífico, e meus pais deveriam esta nele, eu o tomei nessa esperança, porque não me continha mais sem compartilhar toda a gama de sentimentos que me tumultuavam. Realmente, papai e mamãe lá estavam e ficaram admirados de me verem e com a cara espelhando uma emoção forte. Da Vila Pereira até nossa casa, foram dez minutos, insuficientes para colocar meus pais a par de tudo.
A perplexidade era grande, pois não entendíamos o que, de fato, acontecera.
(Aos amigos que têm compartilhado aqui esses textos da vida do meu pai, peço que aguardem os próximos para o mês de agosto. É que tirei uns dias de férias e em agosto, se Deus permitir, retorno. Deus abençoe a todos!)

terça-feira, 8 de julho de 2008

QUANDO EU CRESCER, QUERO SER POLICIAL!


Até quando o governo, as entidades representativas, nós, cidadãos comuns, todos,... vamos permitir tudo isso? Será que não existe gente com inteligência no governo capaz de criar um sistema de segurança policial que funcione? Será que os chamados intelectuais do Brasil não podem se unir e elaborar um projeto prático para melhorar nossa segurança pública? Sei lá! Eu sou um burro, mas tem tanta gente capaz... Por que não se unem ou mesmo sozinhos, não dão idéias para o governo. Por que não direcionam o dinheiro apreendido das quadrilhas, do narcotráfico e tudo que é de gente que rouba, das multas aplicadas sobre as empresas ou pessoas físicas mesmo, para o treinamento da polícia? Para ser um médico, um engenheiro, um contador etc. é preciso cursar uma faculdade..., por que não criar um sistema de treinamento policial similar à faculdade, com bastante treinamento em todos os tipos de situações possíveis? o policial teria no mínimo quatro anos para ser treinado antes de ser posto em campo. Os salários tinham que ser ótimos para despertar o interesse de pessoas com condições de serem mais bem preparadas, tinha que ter benefícios assim como as grandes empresas... No mais, treinamento, treinamento e treinamento, sempre. Não é assim que fazem as empresas organizadas? Investem em treinamento porque sabem que o retorno é garantido? Quem sabe ainda vou ver esse dia, o dia em que as pessoas sintam prazer em cumprimentar seus policiais ao invés de virarem o olhar com temor, as mães pararem a polícia na rua para seus filhos pegarem em suas mãos “amigas”, e se as crianças falarem, “quando crescer quero ser policial”, isso dê orgulho aos pais e aos próprios policiais... É bem provável que eu não veja esse dia, mas o menino João Roberto poderia... sim... poderia!