quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O DIFÍCIL RETORNO AO ESSENCIAL


“Voltar ao primeiro amor” é o mesmo que dizer volta à “Videira Verdadeira”, retorna à seiva da Vida, volve ao lar e à intimidade do Pai, busca e fica no que um dia já foi “a melhor parte” para você.

O “primeiro amor” aniquila qualquer que seja a outra forma de amar. Quando Jesus falou isto, no Apocalipse, o que Ele via era a Igreja em Laudiceia amando a ortodoxia, a doutrina certa, e o compromisso com o que é correto.

Tudo muito bom, mas tudo muito morto!

Sim! Lindo para a religião dos fiéis contra os infiéis, mas totalmente nulo ante Aquele que não nos chamou para amar doutrinas, mas sim a Ele, e isso numa relação pessoal, ou mesmo numa relação de natureza conjugal, conforme Deus com Israel e Cristo com a Igreja. Ou seja: uma relação de amor que me põe casado com Deus em amor e verdade.

Quem perdeu o primeiro amor perdeu a paixão da fé, o surto de carinho quebrantado por Jesus, e tornou-se acostumado ao Sublime, sofrendo de cinismo sensorial, intelectual, psicológico e espiritual.

Sabe muito. Às vezes pensa que até sabe tudo. Mas doutrina não é Deus e Deus não é doutrina. Deus é amor, e o justo vive pela fé, e a fé tem que ser surto de confiança em Deus, por amor. Assim, o que é a doutrina quando o que a faz valer é a verdade do vinculo de amor por Deus?

Quando Jesus falou do “ramo” que pensa que pode existir e viver fora da Videira Verdadeira, Ele falou da presunção humana, em geral provocada pelas seguranças que a religião, a moral, a ética e filosofia, muitas vezes, supostamente concedem ao tolo que não sabe que qualquer dessas coisas não vale para Deus mais que um bolo de dejeto de vaca no curral. Aliás, qualquer dejeto vale mais para Deus do que esse “bolo” que procede da presunção da autonomia humana em relação ao amor ao Senhor e aos Seus filhos.

Ora, se Paulo disse que “sem amor nada aproveitará”, ele quis dizer exatamente o que disse. Sim, pois nada será em significado para Deus se não existir pelo amor, posto que como Deus é amor, só é de Sua essência aquilo e aquele que é em amor.

As demais coisas existem. Mas somente o que é em amor é de fato para Deus!

O amor é a única matéria que existe em qualquer construção para a eternidade!

O “ultimo amor”, segundo Jesus no Apocalipse, é feito de obras, de feitos, de atividades, de performances justas e sérias, de ortodoxia, de respeitabilidade que zela por si mesma como imagem coerente, e que diz que tudo isto é assim porque a pessoa ou a instituição representam Jesus no mundo.

É mais cômodo falar de amor do que amar, criar entidades que sirvam à comunidade do que amar a uma pessoa; é mais fácil criar o que for como obra de bondade do que ser bom e simples, sem observadores e sem testemunho a dar, mas apenas por que o amor é o fruto natural da Árvore de Vida da qual se é somente um ramo.

É mais fácil cozinhar para Jesus e limpar a casa para Ele, do que ficar quieta aos pés Dele, deixando a verdade revelar o próprio coração. Marta fugia da grande entrega. Maria descobrira que o mundo acabara depois de ela ter Visto Jesus.

Mas crer como se crê no início [como uma criança] é coisa que a nossa “maturidade” repudia. Afinal, para que descobrir, aprender sempre, sorrir de tudo o que é belo e novo, deixar-se surpreender, e entregar a vida às decisões invisíveis do Amor? Sim! Para que confiar na fidelidade invisível do amor de Deus? E por que dar valor absoluto àquilo que o mundo nem admite que seja verdade ou realidade?

É por tudo isto que é muito difícil voltar ao primeiro amor. Sim! Depois de tanta história e experiência? Depois de tanta realidade? Depois de tanto estrada fora do caminho sobremodo excelente? Sim! A gente fica cínico e curtido! A gente fica “casca grossa”, como de diz na linguagem do jiu-jítsu. Pois para cada fato novo tem-se uma história nossa. Para cada milagre a gente tem dezenas para contar. Para cada ação de Deus existem as Dele para conosco, as quais compõem o nosso livro de Atos Pessoais.

E pior: dependendo da pessoa o que nela se instala é descrença mesmo, e, assim, mantém-se na Estrada, porém fora do Caminho, aparte da Videira, fabricando amor para ela mesma nos outros, mas longe do primeiro amor em Deus.

Assim, nenhuma conversão é mais difícil do que aquela que nos leva do último amor feito de obras, ao primeiro amor feito de amor, de amor que dá fruto sem ter que fazer nada, assim como as mangueiras aqui de casa se derrama em mangas às centenas sem que isto lhes seja um esforço ou mesmo uma tarefa. Elas não se gloriam das mangas que dão.

Elas mangam porque são mangueiras. Mangar significa fazer pouco. Dizer que elas mangam é dizer que elas fazem pouco. Assim, as mangueiras mangam das obras que não são simplesmente a vagabundagem da natureza que dá o que dá apenas porque é o que é e como é.

Não caia no engano de pensar que porque você criou uma fábrica de obras isso significa que você está dando fruto para Deus.

Em Deus somente o amor dá fruto, e sem amor nada é além de obra. Obra que outros aproveitarão, mas que para você de nada aproveitarão. Jamais!

O que escrevi já basta por hoje!

Pense e ore. E o que aqui está levará você da Estrada para o Caminho sobremodo excelente.


Nele, que é amor e que só ama com amor e que só chama de verdade o que é feito de e com amor,


Caio

sábado, 17 de novembro de 2007

O CAMINHO DA GRAÇA NO HOSPITAL



Gerilson é um amazonense esguio como um índio raro; fino, discreto, voz mansa, suave, olhar meigo, atitude cavalheira, olhos escuramente iluminados, boca larga, testa forte, pele delicada, e uma paciência eficiente. Ele tem 28 anos e é o enfermeiro particular diurno de papai. Pelo nome dele dá para concluir que os pais são locais, de origem humilde, ambiente no qual é comum fazer do nome dos filhos uma combinação dos nomes dos pais. Assim, a Gerinalda e Gilson casaram e tiveram o Gerilson, por exemplo.

Aqui no Amazonas, fazer assim entre a população mais simples e nativa é mais comum que Maria.

Entretanto, ele mesmo me disse que nasceu numa família pobre. Muito pobre. E que não facultava a ele a possibilidade do estudo. Mas que ele trabalhou desde menino e se manteve estudando sempre.

Perguntei como ele acabara se envolvendo e se apaixonando por enfermagem [pois ele é pura paixão pelo que é e faz].

“Acho que já nasci enfermeiro, seu Caio!” - disse rindo como um iluminado diz da revelação que recebeu de graça, como dom.

“Como?” - quis saber; embora de algum modo meu coração soubesse que eu ouviria uma perola de confissão humana.

“Quando eu era menino, desde pequeno mesmo, eu saía pela rua catando bichinho doente. Esses que ninguém quer… Levava pra casa, limpava, tratava, curava, e soltava bom. Era gato, cachorro, passarinho, tudo. E eu dizia: O que quero é ver gente ficar curada. Mas eu não tinha como fazer os estudos. Então virei pintor. Pintava casas de 7 da manhã às 19 horas todos os dias. Pintei muita casa, seu Caio. Aí fui pintar numa firma. Trabalhei muito e me fizeram gerente. Quando eu virei gerente só trabalhava horário normal. Aí, eu disse: É a minha chance. E fiz o técnico de enfermagem. Mas já no primeiro ano me chamaram para atender assim, particular; e os enfermeiros que me chamavam eram os melhores. Então aprendi muito. Hoje já estou no 3º ano da faculdade de enfermagem. Sou muito feliz, seu Caio. Era tudo o que eu queria.”

“E se você pudesse…, você faria medicina?” - indaguei só pra ver uma coisa…

“Quem, eu? Ah! Não, seu Caio. Bom mesmo é ser enfermeiro. A gente cuida da pessoa do começo ao fim, todo dia; e quando perde, a gente sofre; mas quando ganha…; olha só: eu faço amigos pra sempre… Bom mesmo é ser enfermeiro. Médico é bom, mas pra quem gosta né? Eu gosto mesmo é de cuidar”.

Fiquei olhando pra ele emocionado, e lembrando tanta coisa.

Por exemplo:

De gente que está sempre dizendo que não faz nada porque ninguém manda, convida ou dá oportunidade; de gente que escolhe na vida por status e por comparação, e nunca por amor, paixão, ideal, fé; de gente que diz que deseja ser pastor de gente, e que assim se diz, e que não tem um pingo do carinho, do cuidado, da atenção e da vontade de se envolver que o Gerilson tem; de como ele está virando turnos e turnos, não pelo dinheiro, mas pela paixão que papai provocou nele, e nós todos uns nos outros, a ponto de ele ligar fora do plantão para a UTI para saber de mau pai, ou ligar para o médico ou para mim; assim, do nada, só pra dizer que está junto e que ele é forte.

E mais, lembrei de como a Graça na Ordem de Melquizedeque nos faz deparar com os crentes mais belos da terra; de como os irmãos se acham pelo olhar e não pelo credo, embora a fé do Gerilson seja aquela do Centurião Romano dos evangelhos; de como ele e o parceiro-chefe dele, o Hilton, são amigos; e muito mais leais e colegas do que 99% dos pastores jamais conseguem ser uns dos outros; de como ele e os demais, conosco, formamos uma igreja de harmonia e amor, todos sentindo a mesma coisa, tendo o mesmo sentimento uns para com os outros, e todos em sincronia e sinfonia na oração de amor por papai;

De como a moça que casar com aquele rapaz-homem terá tudo para ser muito feliz; exceto se competir com o dom dele; e de como a vida é surpreendente, pois, eu jamais esperaria que o amor de Deus nos provesse com tanta gente boa de Deus tão de repente, tão do nada que é Tudo -Todo Dele. Sim, fazendo provisão de gente como o Gerilson, o Hilton, o Dr. Marcel, o Dr. Javier, o Dr. Gama, o enfermeiro Daniel, a Dra. Nalia, o Dr. Risonildo, a Dra. Lélia, e o Dr. Antônio Farias; ou os santinhos de esperança e amizade como o Olavo, orando à porta; o Deusdete que sente como se papai fosse de fato o pai dele; a Iara servindo como as mulheres que serviam a Jesus com seus bens e com amor; a Ângela pronta para tudo…; o Gildo que é da casa e é irmão; o Ray que é como um filho; e os parentes, os amigos, os que telefonam o dia todo, os que escrevem às centenas, os que vão doar sangue, os que se oferecem para tudo; enfim, tudo isso; e toda essa Graça!

Mas tudo isto me foi agora provocado pela lembrança do Gerilson. E também do Hilton, que está lá agora; e que já não dorme em casa há mais de 15 dias; e que me disse que só voltará a dormir em casa depois que meu pai, tendo voltado para casa, aqui em casa já não necessite mais dele - e que acabou de me telefonar dizendo que “o velhinho guerreiro está coradinho, todo sequinho, de banho tomado, perfumado, com a barba feita, os curativos atados, e todos os parâmetros clínicos mais que estáveis, e, por isso, disse ele: “Seu Caio, durma. Amanhã cedo eu ligo pra dizer como a noite foi boa, ta?”

Que essas parábolas da vida digam alguma coisa a você, assim como a mim elas têm dito demais.

Nele, que usa a quem quer e como quer - mas sempre pelo amor,

Caio

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

QUERIDA MAMÃE...


RV, 09 de maio de 2004


Querida mamãe,

Neste domingo especial, consagrado para homenagear as mães, desejo que a senhora tenha um dia muito feliz e que sinta todo amor e carinho que sinto pela senhora. Eu gostaria muito, muito mesmo, poder estar ai pra falar pessoalmente o que tentarei expressar, embora, eu creia que as palavras não são suficientes para expressar todo meu amor, carinho e gratidão por tudo que a senhora é para mim, e gratidão também a Deus por Ele ter me dado o privilégio e a alegria de ter a senhora como mãe.

Sou muito feliz por ser sua filha, e de ter recebido tanta atenção, tantos cuidados e principalmente por ter me ensinado o caminho do Senhor. Você soube me ensinar o essencial da vida, que é a verdade de Deus que nos conduz à vida eterna. Você soube incutir em mim princípios nobres e divinos, os quais carregarei por toda a minha vida. Tudo isso com muita sabedoria, pois, buscaste a sabedoria do Eterno Deus e Pai.

Sabe mãe, não é o dinheiro, mas o amor é que faz toda a diferença, e eu te amo muito, apesar de às vezes ter-lhe feito chorar, ter-lhe aborrecido. Mas com todas as minhas falhas e limitações, creia, eu te amo! E quero aproveitar pra te pedir perdão pelas tristezas e lágrimas que lhe causei, creia que nunca o fiz de propósito. Se fosse possível voltar no tempo e consertar os meus erros... Mas sei que, não só não é possível, como também não adiantaria, pois, não sou perfeita, mas, mesmo assim, te amo e te admiro muito.

Saiba que é para mim um exemplo de uma serva do Senhor. E creia, todo o trabalho que sempre teve com todos nós, seus filhos, no Senhor, não será em vão, pois Ele mesmo te recompensará. Por isso, nenhuma palavra, nenhum presente, nenhum dinheiro, podem pagar todo o seu amor, carinho, cuidado e até muitas vezes, sacrifício. E assim, rogo ao Deus Eterno que te cubra com toda sorte de bênçãos e provisões, e te faça sempre andar na fé e se gloriar na graça, pois tudo o mais já está feito em seu favor.

Receba mamãe querida, o meu abraço carinhoso, o meu beijo afetuoso e a minha gratidão por tudo que és para mim.

Com muita saudade, sua filha que te ama muito, e que gostaria demais de ter o privilégio que todos os meus irmãos têm de estarem com a senhora, não só neste dia das mães, mas todos os dias do ano, e poder aproveitar cada momento ao seu lado da melhor maneira possível.

Deus te guarde pelo seu poder e amor.

Beijos... Tell

(Carta enviada para minha mãe em maio de 2004 por ocasião do dia das mães. Hoje, mamãe está gozando as maravilhas prometidas por Jesus lá no céu. Que saudade!)

Por Tell Brochado Palazzo
RV, 05/2004

MINHA, NOSSA MISSÃO...

Em João 15. 16 nós lemos... “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos...”

Portanto, é o Senhor quem nos escolhe, nos separa e nos transporta do império das trevas para a sua maravilhosa luz. Temos assim o privilégio de livre acesso ao coração do Pai por meio de Jesus Cristo, mas também temos uma tarefa, uma missão, “a responsabilidade de darmos frutos”, ou seja, de proclamarmos as virtudes de Jesus, de anunciarmos a Jesus.

Fundamentalmente a nossa missão, a missão da igreja é anunciar a Jesus, e não se calar. De maneira objetiva, missão é falar de Jesus às pessoas. Muitos se justificam dizendo que não sabem falar, não sabem como fazer... Mas na verdade, não há com o que se preocupar com métodos e sim, nos preocupar com a vida que devemos viver.

Uma vez ouvi de um pregador que houve época que alguns tinham vergonha de dizer que eram crentes, mas que hoje a realidade é outra. A igreja é que se envergonha em dizer que fulano ou siclano é um crente. Isto de certa forma, porque nós como crentes perdemos o nosso objetivo primordial. Temos deixado de obedecer ao IDE de Jesus.

Precisamos como igreja (corpo de Cristo), mudar esse quadro, precisamos influenciar fazer diferença, precisamos urgentemente dizer sim para o Senhor e nos colocar à Sua disposição como Isaías o fez: “eis-me aqui, envia-me a mim”. Precisamos clamar ao Pai para que Ele abra e sensibilize o nosso coração de maneira que não haja mais “agentes secretos” em nosso meio, e que sintamos paixão pelas almas e nos deixemos ser usados como vasos de bênçãos nas mãos do Senhor. Que falemos e anunciemos nosso Senhor e salvador Jesus Cristo, mas que possamos também viver Jesus e deixar que Ele de fato viva em nós.

Que vivamos de maneira tal, que levemos outros a conhecer a Jesus, a verdade que liberta e salva. Jesus foi o primeiro missionário, e a Bíblia diz que devemos imitá-lo, que “devemos andar como Ele andou” – I João 2. 6; e assim cumprir a nossa missão, a nossa responsabilidade de embaixadores de Cristo.

por Tell Brochado Palazzo
RV, 10/2005

VOLUNTÁRIAS DE CAPELANIA COM MUITO AMOR


“Não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma cousa, como que se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”. II Co 3. 5.


Cremos que Deus não chama capacitados, mas que capacita os que chamam, pois quando chama ou escolhe alguém, Ele faz tudo que determina em seu coração, fortalece os seus braços, sustenta e renova as suas forças. E assim o Senhor tem confirmado o Seu chamado a cada uma de nós. Tem nos revigorado e animado o nosso coração, principalmente quando vemos que Ele tem usado as nossas vidas pra levar vida às pessoas.

Deus tem colocado em nosso coração, paixão pelas almas, desejo ardente de testificar a manifestação do Seu poder e amor, para transformar, alcançar vidas e conceder a elas salvação em Cristo Jesus. Sim, temos testemunhado milagres de conversão em alguns pacientes, e até mesmo de seus acompanhantes.

Isto é muito gratificante para nós. Porque nos fortalece e nos encoraja ainda mais a continuar esse ministério, que Ele mesmo tem confirmado em nosso coração. Bendizemos ao Deus Eterno por nos capacitar e nos usar em sua obra. Nosso coração se alegra sobre maneira por essa oportunidade. Sentimos-nos privilegiadas por sermos instrumentos do Seu amor, graça e misericórdia.

Nós voluntárias, desejamos que pelo sangue de Jesus que nos garante a vitória, que jamais venhamos a nos desanimar ou a fraquejar, pelo contrário, sejamos firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, nosso trabalho não é vão. (I Co 15. 58).

Por Tell Brochado Palazzo
RV, 11/2004

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

VENDO MAS NÃO ENTREGO!


Há alguns anos plantei grama no quintal de casa. Ficou tudo verdinho. Como eu queria mesmo. Porém, no canto perto do muro cresceu também um ninho de cupim. Como cresceu rápido! Em pouco tempo já tinha seus 50 cm de altura. Nosso jardineiro de plantão resolveu acabar com o cupim e deu nele com a enxada. Nosso jardineiro é um senhor com mais de 80 anos de idade, mas se não contar, ninguém diz que tem tudo isso. Dá show em muitos rapazolas desavisados por aí. Destruiu tudo. Pensei! Mas a coisa é teimosa, e logo foi refazendo o ninho.

Um dia recebi alguns parentes da minha mulher em casa, e sua irmã mais velha, também é teimosa, obstinada mesmo quando quer alguma coisa, resolveu acabar com o cupinzeiro. Levou um dia inteiro, mas tirou o bicho inteiro. Igual quando ele tira bicho-de-pé da gurizada. No lugar do cupim ficou um buracão. Fiquei com receio dos nojentinhos voltarem e taquei óleo diesel queimado no buraco e mandei terra em cima. Não sei se foi exatamente pelo óleo queimado, mas ali a grama nunca mais cresceu. De nada adiantou jogar adubo, esterco de vaca, mexer e remexer a terra. A grama ia até na beirinha do terrão, mas não passava dali. E assim foi ficando, pois na verdade, fomos acostumando com a “paisagem” e depois de um tempo, nem incomodava mais mesmo.
Mas o tempo passou, e fiquei velho de repente. Com 42 virei avó de dois gurizinhos lindos e marotos. Eles ficam sob os cuidados da avó para que suas mães possam trabalhar tranquilamente. E logo que começaram a andar descobriram a “santa” terrinha. A partir daí foi só reclamação da patroa-avó: “mais que coisa... acabei de arrumar a casa e esses “mininus” sujaram tudo com essa porcaria de terra... ô meu Deus quando é que esses homens dessa casa vão dar jeito nisso?” (ela se referia a mim, meus genros e, acho, que a meu filho).


Depois de mais ou menos um ano ouvindo essa “ladainha”... Ops! Quer dizer, queixa justa... Resolvi acabar com aquele aborrecimento de vez. Aborrecimento pra minha querida esposinha (e pra mim). Resolvi cimentar aquele pedaço de quintal já que não há nada que faça crescer grama boa em cima.

Liguei pra uma loja de materiais de construção e pedi três latas de areia grossa, uma de brita número zero e um saco de cimento. Isso numa quinta-feira porque no sábado meu amigo pedreiro ia ajeitar tudo de manhã. O vendedor disse que se tivesse uma carga pra redondeza onde ficava minha casa, ele mandaria o material. Achei estranha a resposta, mas resolvi aguardar. Na sexta-feira por volta das duas horas da tarde, liguei pra loja e perguntei quando iam levar o material. O vendedor disse que não tinha mandado porque não apareceu nenhuma carga maior pra aquelas bandas (aquelas bandas é onde ficava a minha casa). Aí pensei, “isso quer dizer que não vão levar o material. Agradeci, disse que compreendia, e cancelei o pedido.

Liguei pra outra loja mais próxima de casa e a vendedora me disse: “senhor, se tivesse me ligado mais cedo, teria espaço na carga que despachei pro setor da sua casa”. Perguntei: “então você não pode me vender a mercadoria?” Respondeu: “vendo sim, claro que vendo, só não posso entregar!”

Bem, diante disso, só me restou pôr meu carro véio em ação. Eu mesmo transportei o material pra casa. Não podia deixar o amigo pedreiro na mão. Ele tinha adiado outro serviço só pra me atender naquele sábado. Pedi pra ensacarem o material e carreguei tudo no porta-malas. Pelo menos isso eles fazem!

Fiquei pensando... Essa “filosofia” das casas de materiais de construção, no mínimo é muito burra... Visão curta de negócio! Esses empresários estão vendo só o presente, só o lucro do momento. Não entregam mercadoria de baixo valor ou de pouco volume porque não vale o lucro de ter que deslocar um transporte pra entrega. Não pensam que atender a uma necessidade pequena do cliente hoje, pode lhes retornar um grande negócio no futuro. Sim, porque amanhã, eu posso resolver fazer uma grande reforma na minha casa (e tá precisando mesmo!), posso construir outra casa, meus três filhos podem construir suas casas, posso indicar para meus amigos, para os mais de trezentos colegas de trabalho, posso até fazer propaganda de graça para aquela loja que sei que é comprometida com a satisfação do cliente, também, ou seja, que não visa só lucro etc...

Não sei se acontece contigo, mas dependendo da circunstância, às vezes estou disposto a pagar até mais caro, quando sei que serei bem atendido, respeitado como consumidor e cidadão... Princípio de qualidade cada vez mais raro no comércio em geral, apesar dos ISOs, PQFs, PQTs etc.

Meu sobrinho trabalha num supermercado de bairro aqui na minha cidade, e ele conta que o seu patrão manda entregar até um sabonete, e ainda prenuncia: “agora é só um sabonete, amanhã será um ou mais carrinhos de compras lotados”. Entendeu? Com essa política ele está fidelizando o seu cliente, porque seu cliente sabe que pode contar com ele em suas necessidades “extraordinárias”.

Reflita e veja se também não se aplica: “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.” Lucas 16. 10

Agora está tudo bem! Tudo cimentado, sem terra pra sujar os moleques, sem moleques sujos pra sujar a casa limpa da vó, sem vó brava com moleques e com o avô... Agora é só môzinho pra cá, môzinho pra cá... Tá vendo?! Só o amor constrói!


por David Palazzo.
RV, 11/2007.



sábado, 10 de novembro de 2007

TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO

"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." ( Livro de Eclesiastes 3.1)

Conheço muitas pessoas que trazem consigo uma fé amadurecida. Homens e mulheres que ao longo da vida foram aprendendo que a Palavra de Deus é companheira permanente nas diversas situações do ser. Gente que conta com a presença do Senhor desde o nascimento até a morte, buscando abrigo nas etapas apropriadas de uma longa jornada chamada existência. Ao olhar para o passado, não faltam testemunhos grandiosos destes seres com nome e identidade: Ana, Sara, Isaque, Débora, Ester, Jó, Oséias, Marta, Maria, Priscila, Barnabé e tantos outros.

Para o autor de Eclesiastes todos os tempos têm propósitos, razões e causas. Deus desconhece os acasos. Movimentos, decisões, escolhas, inícios e fins fazem parte de uma proposta eterna de difícil compreensão e, não poucas vezes, de aceitação. Vemos pouco. Somos parte. Há ausências. Incompletude humana. E é bom que seja assim, pois Nele residem mistérios e caminhos diferentes, com intenções maiores que nossa compreensão. Trajetórias divinas.

A vida é cíclica. Não há como negar. As estações mudam. As pessoas são transformadas. Os ambientes são outros.Verão e inverno. Chuva e sol. Dia e noite. Cansaço e ânimo. Medo e coragem. Aquilo que foi, não é mais. Tudo tão passageiro. Como diz São Tiago, somos como névoa que logo se dissipa. Muitos se foram. Outros estão chegando. Abundância, falta, pobreza, riqueza, doença, saúde, tristeza, alegria, presença, distância, compreensão, paz e guerra, são passagens que favorecem o aprendizado e a certeza de que somos caminhantes. Não ficaremos. Outras trilhas nos esperam na eternidade.

Finalmente, dentro destas perspectivas, a palavra renovação surge quase que (sobre)naturalmente. Se Deus tem propósitos nesta vida que se alterna, somos convidados por Ele a lançar novos olhares que nos permitam ver que a vida se renova. A chegada de um filho, a flor que brota, a viagem que acontece, o trabalho que surge e sustenta, o amigo que se revela...

Assim, choro e sorriso se encontram; saudade e acolhida se unem; despedida e festa se completam. Facetas distintas de uma única vida concebida por Deus que nos fez assim, passageiros e eternos.

Rev. Sérgio Andrade

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tell...querida minha...





a sua falta me debilita...é como se tivessem arrancado um membro do meu corpo e o abandonassem combalido... me é impossível viver longe da sua vívida presença... mesmo que por um curto lapso...

te amo intensamente...
te quero intensamente...
te desejo intensamente...
você é intensa...

queria nunca permitir-me sua ausência... mas te amo tanto... não poderia lhe furtar o desfrutar da sua santa mãezinha... não poderia deixar que meu egoísmo lhe causasse mágoas... e essas lhe ofuscassem o brilho do seu rostinho meigo... pois te amo... me faz feliz... me completa... me faz melhor.

Ainda me lembro... foram cinco meses relutando... deitado na minha cama... não queria ceder aos seus encantos... lhe julgava ser inatingível... mas tudo estava destinado... e com tímido aperto de mão incomum àquele momento... no coração do Brasil... selamos nossa união eterna... forças contrárias manifestaram-se... mas não puderam desfazer o que Deus nos tinha reservado... terminando por se renderem... e vivenciarem por todos estes anos nosso amor inabalável... sim... inabalável... pois intentos malogrados... nem passagens fortuitas... nunca nos prevaleceram... apenas ratificaram o nosso apego.

Não me é necessário a distância que as circunstâncias nos impõe para reconhecer meus sentimentos por você... mas com certeza ela é responsável por fazer aflorá-los no meu peito... como a uma caixa d`água cheia que abrindo a torneira lhe dá vazão... esvaziando... esvaziando... assim também me sinto... sua constante presença me mantém pleno... mas a sua ausência me esgota... necessito... então... exprimir-lhe meus sentimentos latentes... tentando permanecer pleno... vã tentativa... somente a sua presença é capaz de suprir minhas carências.

Te amo... amo cada parte sua... sua boca... seus olhos... suas mãos... amo todo o conjunto mulher que você é... você é linda... uma mulher linda... uma linda mulher

...seu eterno enamorado... David.


Rio Verde, 22-julho-2001.