quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A Última Corrida

Como um meteoro brilhante e azul,
em louca, quase absurda disparada,
voa pela pista tortuosa e insegura
o carro azul e branco... ao volante, audaz, intrépido,
o jovem e querido piloto brasileiro.

Cada prova, por mais difícil fosse,
era-lhe desafio, inquestionável, a ser aceito,
possivelmente, sempre um novo sonho,
de novas e mais expressivas vitórias a conquistar,
mais um troféu no alto do podium receber.

Quanto mais difícil e perigoso, paradoxalmente,
o traçado da pista a percorrer,
mais desafiado se sentia o piloto
a superar todos os obstáculos propostos,
muito além dos seus próprios e ponderáveis limites.

O ronco surdo do motor, em toda a sua potência,
imprime ao coração jovem e aguerrido
um ritmo e um esforço nunca visto, pura adrenalina,
é a emoção consciente dos bravos, diante do perigo,
não apenas pelo troféu, ao fim de cada corrida...
pois os sonhos, por serem sonhos, não têm limites,
projeta-se, cada vez mais, ao inconquistável infinito.

Imola, 1º de maio de 1994, - manhã,
Ayrton Senna, atleta do volante, nosso patrício,
cada vitória sua, uma vitória nossa...
agora, nossa esperança é a de que naquele encontro,
com Jesus, no percurso rápido de sua vida,
tenha provido sua existência, prematura,
daqueles valores imperecíveis e eternos,
suficientes para terem dado a você, nesta corrida final,
sua maior e mais brilhante vitória...
pois, finalmente, você alcançou o infinito,
o Infinito com Deus,
desse Deus de cujo amor, você, meu irmãozinho,
jamais quis se separar!

À Família Senna, com muito carinho.

Rev. Milburges G. Ribeiro
Rio Verde, 1º-V-1994

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