Encontro da “vida com sabor de Graça”. E da “Graça com sabor de vida”. Encontro de pessoas com pessoas. Encontro de gente com gente. Encontro de seres humanos com seres humanos. Encontro de pessoas consigo mesmas, na expectativa de que este encontro, seja menos dolorido, mas, que seja curativo, terapêutico, saudável. Que seja um confronto consigo mesmo que produza resultado na vida para a vida com Graça. Encontro de pessoas com a simplicidade do Evangelho, que, em lendo e meditando no Evangelho, descobrem a beleza, a suavidade, a leveza das palavras de Jesus e se sentem seduzidas a segui-Lo. Encontro de pessoas que desejam ser, nada alem de discípulos de Jesus e viverem com responsabilidade o Evangelho da Graça.
sábado, 27 de outubro de 2007
CAMINHO DA GRAÇA É UM LUGAR DE ENCONTRO
Encontro da “vida com sabor de Graça”. E da “Graça com sabor de vida”. Encontro de pessoas com pessoas. Encontro de gente com gente. Encontro de seres humanos com seres humanos. Encontro de pessoas consigo mesmas, na expectativa de que este encontro, seja menos dolorido, mas, que seja curativo, terapêutico, saudável. Que seja um confronto consigo mesmo que produza resultado na vida para a vida com Graça. Encontro de pessoas com a simplicidade do Evangelho, que, em lendo e meditando no Evangelho, descobrem a beleza, a suavidade, a leveza das palavras de Jesus e se sentem seduzidas a segui-Lo. Encontro de pessoas que desejam ser, nada alem de discípulos de Jesus e viverem com responsabilidade o Evangelho da Graça.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
A VIRGEM BRASILEIRA
À semelhança da igreja americana. A igreja brasileira está muito longe de ser uma virgem intacta. O Brasil é curiosamente o país mais católico, mais pentecostal e mais espírita do mundo. Ao mesmo tempo, acompanhando uma tendência mundial, o número de não-religiosos aumenta a cada ano (dos míseros 0,2% em 1940 para os significativos 7,4% em 2000).
Os católicos ainda são uma maioria expressiva (bem mais de 2/3 da população), embora em acentuado declínio (de 95% para 73,6% no mesmo período acima). Porém, uma grande quantidade deles são cristãos nominais (veja Billy Graham e Dom Eugênio Sales de mãos dadas, na p. 14). Se pesquisarmos a identidade religiosa das mulheres que cometem aborto, das pessoas envolvidas com o narcotráfico, das prostitutas e dos políticos corruptos – não será novidade se quase todos se declararem de origem católica.
Talvez o maior desafio da igreja brasileira e das igrejas de todo o mundo seja a tristemente famosa teologia da prosperidade. Usando a linguagem de Paulo poderíamos dizer que “outro evangelho” (o da prosperidade) tomou o lugar do “evangelho de Cristo” (Gl 1.6-7). Essa pregação, nascida nos Estados Unidos, não menciona o pecado, o arrependimento e o “negar-se a si mesmo” (Lc 0.23). Abaixa a altura do paradigma, aumenta a largura da porta, alarga o caminho apertado e multiplica o número de companheiros de jornada (Mt 7.13-14). É o evangelho da graça barata, que apresenta Jesus como Salvador, e nunca como Senhor, pelo menos na prática. É a versão religiosa da badalada auto-ajuda, que domina o mercado livreiro. É o evangelho da satisfação pessoal, da cura, do sucesso, de bens, de vantagens, de mansões, de casa na praia e na montanha, de carros importados, de roupas e jóias de marcas famosas. É o evangelho que excita agradavelmente e não exige nada, como explica o pesquisador George Gallup Jr. É a chamada religião à La carte.
Extraído da Revista Ultimato, edição julho-agosto 2007, p. 62 e 63.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
O COCHEIRO E SUAS ABÓBORAS
A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas.
Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.
Então ele começou a ficar desanimado e pensou: "jamais vou conseguir terminar minha viagem!
É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!".
Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.
Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.
Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.
Autor desconhecido
domingo, 21 de outubro de 2007
“TROPA DE ELITE” MUITO BURRA
O que escrevo a seguir não será entendido hoje por mais de 90% dos meus leitores. De fato alguns são leitores, mas muitos ainda são Lei-tores. Entretanto, em alguns anos todos me compreenderão. Mas o preço hoje é a solidão.
Deixando o que digo para além da dúvida para os mal intencionados:
Sou contra as drogas, mas sou mais contra ainda aos meios de seu combate e às motivações de seu combate!
Portanto, apenas suponha:
“De hoje em diante Cerveja e Vinho são drogas” — decretam as autoridades.
Até mesmo vinho de ceia; até mesmo o suco da uva! Tudo está proibido!
Tomar a ceia com vinho ou seus derivados seria crime e ilegalidade em tal caso. A ceia seria uma contravenção.
Sim! De um dia para o outro; assim como foi quando bebida alcoólica era droga nos Estados Unidos e deixou de ser com uma Canetada legal.
Por quê?
Ora, em ambos os casos, tanto para tornar crime quanto para descriminar [na época da Lei Seca], aconteceu apenas em razão da Moral das elites e que é sempre o resultado de seus interesses, sejam econômicos ou apenas uma decisão segregatória — conforme aconteceu na América.
Sim! Tais leis [tipo a Lei Seca] acontecem apenas em razão da Moral, a qual, pela legalidade, se torna mais Moral ainda, e, portanto, cada vez mais legal...
Assim, bons lobbies e uma boa dose de Moralidade elitista, e qualquer coisa desinteressante para essa Moral passa a ser ilegal e vice versa.
Afinal, sempre se substitui uma Moral por outra Moral do modo mais irracional possível.
Isto é também parte do “curso deste mundo”, conforme Paulo.
Algodão já foi a “droga das roupas” por uma convenção americana, de natureza protecionista de seu mercado; posto que, não podendo competir com o algodão indiano, declarou-o ilegal nos States; e quem o comprava ou vendia algodão ia pra cadeia como um “traficante”.
Por quê?
Ora, é que a lã americana não podia competir com os tecidos de algodão da Índia [isto no início do século passado]. Desse modo o remédio era fazer algodão ser algo ilegal.
Apenas uma Canetada e o algodão virou droga.
Apenas a título de ilustração e jamais de apologia:
Até a década de 30 era permitido fumar maconha nos Estados Unidos. Fumava-se abertamente em todas as festas da elite em Nova York [na Europa Vitoriana também; e depois... do mesmo modo até o fim da II Guerra]. Mas como nos Estados Unidos [nova potencial mundial] surgiu a discriminação aos negros, e eram eles [os negros] que plantavam a maconha no campo e vendiam aos brancos, do dia para a noite, por força da perseguição racial, a plantação passou a ser crime.
E como todo crime que só é crime se for por decreto, a tendência, em tal caso, é fazer crescer o “proibido”; então o consumo cresceu na América e no mundo...
Para se compreender minimamente o que tento aqui expressar, é importante afirmar que existe diferença entre os mandamentos da Lei de Deus e os mandamentos das leis dos homens.
O ladrão que morria ao lado de Jesus pagou legalmente pelo que seus atos mereciam, embora, pelo arrependimento, tenha ido de condenado pelos homens a perdoado por Jesus direto para o Paraíso.
No caso de tal “malfeitor”, deu-se a César o que era de César [a lei e a ordem] e deu-se a Deus o que a Deus pertencia: o homem.
No caso em questão, provavelmente o “malfeitor” pagasse por crimes mesmo [morte, roubo ou qualquer delito real contra o próximo], e não por convenções meramente circunstanciais ou fruto de caprichos de uma elite.
Entretanto, no caso do “ladrão ao lado de Jesus”, ficou estabelecida a distinção entre a Lei operando socialmente para proteger os homens daqueles que são malfeitores, e, a possibilidade de que o condenado, mesmo pagando o que deve, o pague aos homens embora já esteja perdoado pelo Pai.
A Lei de Deus não salva ninguém espiritualmente [pois, por obras da Lei ninguém é justificado diante de Deus], mas sem ela a sociedade humana entra em caos total.
Sem honra aos pais as gerações apodrecem...
Sob o homicídio toda sociedade se torna diabo...
Sob a mentira, a falsificação, o estelionato e a falsa testemunha, toda sociedade já não sabe mais nada acerca da realidade... e serve à fantasia...
Sob o adultério, a traição e o engano, toda sociedade perece no desamor familiar e estende tal desamor para o todo da vida; pois, quem não ama o seus, a quem amará?...
Sob o roubo, o furto e a corrupção, toda sociedade se torna perversa e bandida; e a nossa é a prova cabal de que sendo assim tal processo é irreversível...
Os quatro primeiros mandamentos da Lei de Deus não têm aplicabilidade social exceto numa Teocracia [o que nada tem a ver com o Reino de Deus, que no coração]; e o último, “não cobiçarás”, pode apenas ser avaliado no próprio coração do cobiçoso.
Entretanto, dos mandamentos de Deus que são leis consensuais em praticamente todas as sociedades humanas, no Brasil quase nenhum deles carrega qualquer significado Moral atual; não para a elite...
Sim! Cada mandamento foi escrito como sendo algo que não se devia fazer “contra o próximo”. Entre nós, todavia, tudo isso perdeu o sentido... O que se tem que fazer é aprender a praticar sem que se seja flagrado...
O país é vitima de um monte de leis morais re-enforçadas pelas elites [mídia e formadores de opinião] e pelo sistema político, legal e policial; e tais leis e seus executores geram os piores males da nação; males piores do que “aquilo” que pelo uso de tais leis se pretende combater.
Se alguém soma o que se perde na corrupção governamental e legal [Executivo, Legislativo e Judiciário] e mais o que se gasta na repressão aos crimes de Canetada, e que são caprichos Morais — e se a tais somas se adiciona o imponderável: a perda de milhares e milhares de vidas humanas; e mais: o decreto de morte ou semi-morte aos órfãos e parentes de tais “vitimas” — logo se vê, pela soma de tais índices, que se gasta infinitamente mais em razão deles, do que qualquer que seja o significado do mal que o objeto reprimido possa causar em si mesmo à sociedade.
O drama que o filme Tropa de Elite nos apresenta é a expressão de um espírito suicida, burro, diabolicamente imbecil, e satanicamente homicida, o qual se torna guerra de decreto, sem que a ela corresponda nenhuma causa pela qual se deva guerrear.
Durante anos importantes no desenvolvimento do atual fenômeno narrado parcialmente no filme Tropa de Elite — vi para além de qualquer dúvida que pudesse depois restar em mim, que a guerra é de Caneta, e que seu gênio é a Moral das elites hipócritas, em razão de que o que se combate só se passou a combater por um preconceito racial americano, tornado lei mundial pelo poder econômico e militar da América Pós-Guerra; e que se tornou lei a ser cumprida por todas as nações “civilizadas” da terra.
Entretanto, antes de 1930 [e alguma coisa], não era assim nem mesmo na América do Norte, tendo se tornado isso em razão da perseguição aos negros — o que, pela alienação histórica, vai se projetando de geração a geração como se fosse mandamento divino...
O filme retrata a idiotice animada pelo inferno e que entre nós se tornou um câncer com metástase no corpo inteiro.
O que se gasta de energia, sangue, vidas e dinheiro para combater aquilo que foi condenado pela lei da Canetada [bem como o dinheiro que se desvia dentro do processo e fora dele como corrupção], não vale nem de longe a guerra imbecil que se propõe combater até a morte aquilo que mata menos do que a repressão feita em nome da vida e da ordem, a qual não apenas mata muito e muito, mas corrompe ainda mais...
E quem já viveu ali..., olhando de dentro da Polícia, apalpando seus intestinos; bem como vendo a partir do Estado, compondo seus quadros de avaliação do sistema; entrando em todo o sistema prisional e fazendo relações com os apenados e suas famílias; subindo os morros e favelas, entrando nas casas dos trabalhadores bem como na dos membros do “movimento” — sim! olhando a situação por várias perspectivas, e percebendo que seus tentáculos se esticam aos mais elevados níveis de poder; e mais: sabendo da história da proibição que hoje, sem se auto-explicar, tornou-se um Axioma Legal — não se tem como não dizer: TUDO ISSO É LOUCURA!
Segundo o filme, alguém bom tem que sofrer a lavagem cerebral do ódio a fim de poder ser o substituto de alguém bom que tem que viver como mal a fim de sobreviver até achar alguém que entre no processo para substituí-lo...
E para que isto aconteça a pessoa tem que se convencer que é mais importante salvar a Polícia para coibir o uso de qualquer que seja o produto ilícito, do que perguntar se aquilo tudo faz sentido.
“Ordem dada é ordem cumprida” — repete o policial corrupto e indiferente.
Assim, o filme da moda, o Tropa de Elite, foi visto por mim num ato de contravenção, mediante uma cópia pirata, e, de tal ilícito é que me arvoro a escrever sobre a proliferação do ilícito irracional, o qual, não é Lei de Deus, e não trabalha na direção dela, pois, para que alguém não se mate por vontade própria [o que é lícito; pois, não se diz “não te suicidarás”, mas sim “não matarás”] — mata-se muito mais do que os próprios suicidas dependentes de drogas químicas conseguem se matar; fazendo “eles” assim com que o remédio para matar barata seja uma bomba atômica; que não mata a barata, mas destrói tudo à sua volta; conforme se vê na insana luta contra as “drogas escolhidas” pela elite Moral para serem as “proibidas”, embora os proibidores consumam mais que todos os outros homens aquilo por eles “proibido”; enquanto financiam e demandam a morte daqueles que são seus “fornecedores”; os quais, para continuar fornecendo o ilícito têm que se armar até os dentes a fim de enfrentar a Polícia; a qual, usa tais “atravessadores ilegais” como os sustentadores do negócio policial da corrupção, na mesma medida em que a própria Polícia também se envolve com tudo mais que diga respeito à exacerbação do processo, criando um monstro que se alimenta de sua própria morte. De modo que quanto mais mata, à semelhança de um vampiro, mais se fortalece no espírito do ódio e da morte.
Ou seja: tudo isso é o diabo!
Indagado sobre isto por fariseus contemporâneos, Jesus diria: “Vocês sempre coam o mosquito e engolem o camelo!”.
Todo esse sistema tem sua cabeça no intestino grosso de um Estado sem consciência, e que importa Dejeto Legal como ouro Moral, apenas para passar por “civilizado” ante as elites suicidas e preconceituosas da Roma Moderna: a América do Norte.
Sim! É mais ridículo do que Corintiano matando pelo resultado do jogo de seu time.
Somente os cegados pela Moral burra e pelo preconceito, não enxergam que essa guerra é de Caneta, mas que as armas são de morte. E mais: que ela jamais terá fim; e cada vez mais será a Droga maior enquanto diz nos defender das drogas.
Se o Governo Brasileiro não tiver a coragem de tomar uma posição inteligente frente ao mal maior que se cria combatendo os inegáveis males das drogas pela via de um mal maior, apenas contaremos nossa história rumo ao abismo.
Isto não é profecia, é fato!
Somente a consciência pode parar o consumo de qualquer coisa, pois, não existe Lei contra o desejo de fugir ou de morrer. E essa é a pulsão que fomenta o uso de qualquer alterador de consciência; seja o álcool, seja a maconha, seja o pó e seus derivados diabólicos, ou sejam as drogas tarja preta, igualmente danosas e viciantes.
Esta é minha opinião, já expressa outras vezes neste site. Quem não concordar espere mais dez anos e releia o que escrevo hoje; e, antes de hoje, em centenas de textos desde 1992.
Nele, em Quem julgo falar com sensatez pela Vida, e isto em um mundo caído no qual quase sempre o melhor é apenas o menos ruim,
Caio
04/10/07
Lago Norte
Brasília
sábado, 20 de outubro de 2007
ORANDO NO ESPELHO
Precisamos orar pelo país. Temos esquecido de incluir o Brasil em nossos programas de oração. Deixamos nosso povo e nossos governantes sem cobertura. Dá no que dá.
Deus fez sua parte. Somos um país “abençoado por Deus”, com imensas riquezas naturais, terras férteis, clima ameno etc. Falta orar por nosso povo e por nossos governantes.
por Rubem Amorese
Presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília
Extraído da revista ULTIMATO – set-out-2007
METAMORFOSE AMBULANTE
No histórico da nossa vida muitas coisas eram abomináveis aos nossos olhos, condenávamos, repudiávamos e até pregávamos defendendo as nossas teses por aí. Porém, com o passar do tempo as coisas mudaram... ou fomos nós que mudamos com o passar do tempo? Tem gente que antigamente dizia que assistir televisão era pecado, hoje não perde a novela das oito. Ouvir música secular? Nem pensar. Hoje não pára de cantar: ”Amar é um deserto e seus temores...” Beber?! Jamais! Eu não! Hoje aprecia e degusta um bom vinho, seja ele Château Margaux ou o italiano Brunello di Montalcino.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
O FORASTEIRO
Acabei de ler o livro “O Forasteiro” escrito pelo Dr. Benjamin Spadoni. Ele narra a história do seu pai, Bruno, imigrante italiano que não cria em Deus, que fugiu da perseguição política de seu país, imposta pelo, então, chefe de governo Benito Mussolini na década de 20.
O livro foi surpresa pra mim, por dois motivos. Não esperava que o Dr. Benjamin fosse tão romântico e poético, porque a impressão que sempre guardei dele, era a de um homem sisudo e impassível. Provavelmente, resquício das minhas memórias da infância. Lembro-me que todos os meus amiguinhos dos anos 1970 – 1975 tinham verdadeiro pavor daquele olhar ríspido. Coisas de crianças! O homem é uma seda só, e da melhor!
O segundo motivo foi o modo como ele escreve..., leve, simples, claro, e que realmente cativa a gente. Eu comecei a ler o livro por volta das 8h e às 18h já tinha devorado tudo. Só parei pra almoçar! É empolgante!
Gostei muito mesmo do livro e o recomendo!
sábado, 13 de outubro de 2007
PAGAR PARA APANHAR...
Um cidadão pagou a sua passagem de ônibus e ficou esperando na roleta a cobradora lhe devolver vinte centavos de troco. Como ela não falava nada, ele pediu o troco. Ela disse que não tinha. Ele disse que precisava do troco, que era pouco, mas que precisava. Ela se irritou e lhe mandou caminhar, liberar a roleta. Mas ele insistiu que não podia abrir mão dos vinte centavos. A cobradora, mais que irritada, partiu pra cima do freguês, agredindo com tapas e empurrão. Segundo a notícia no rádio, o cidadão não reagiu de imediato, mas gritou para o motorista parar o ônibus, e que ia chamar a polícia. O motorista não parou e a cobradora continuou agredindo o cliente e ainda o ameaçando de morte. O cidadão começou a reagir e a coisa virou briga feia. O motorista seguiu e só parou no ponto final. Eu não entendi quem chamou a polícia, mas ela foi acionada e todos foram para a delegacia prestar depoimento.
CONFIANÇA
A confiança é a força poderosa na mente e no coração de quem desconhece a maldade. Confiar não é ignorar os obstáculos, é saber vencê-los.
O cobiçoso desconfia até de si mesmo e perde as condições de amar a Deus e ao próximo. A ambição cega o ambicioso, de modo que ele não vê sua própria paz. Todavia, a amizade nos dá o ambiente para ver, morando também nos outros.
A avareza alimenta o egoísmo, e esquece, ou faz esquecer, a necessidade alheia; não obstante, a fraternidade lhe mostra que tudo que existe no mundo é seu, e daqueles que moram com você na Terra.
A ganância faz entorpecer os seus sentidos mais nobres e desenvolver a revolta, quando vê o que os semelhantes têm a mais; nunca lhe deixa satisfazer com o que possui.
No entanto, a esperança elevada inspira as criaturas a repartirem o que têm, com os seus companheiros de viagem.
A avidez luta para acumular, sem cogitar quais os meios; a fé espiritualizada distribui qualidades para que os ricos não se apeguem em demasia aos tesouros da Terra.
O avarento não aceita explicações sobre os males que o dinheiro mal ganho lhe causa, e sem o proveito necessário.
Contudo, a caridade abre as mãos para quem tem fome e sede, para os nus e estropiados; ainda mais, dá meios para que todos ganhem o seu próprio pão.
A prosperidade depende de relevantes esforços no trabalho, seja ela física ou espiritual, e esses esforços, de certa forma, são confiar na fonte suprema da vida, consciente ou inconscientemente.
Porque a vida tem regras para seu existir, e uma delas é mover-se.
A alma que cria contenda, por onde passa, ainda não adquiriu confiança em Deus nem em si mesma; mora na dúvida, e respira em todos os tipos de incertezas, e eis aí um dos grandes martírios: Não confiar.
Foge da arenga, se esse for o ambiente das suas conversações, e procura inspirar os desejosos de hostilidade, em ideais elevados, de acordo com a sua capacidade de discernir as coisas.
Não alimentar conflitos já é um princípio da mais alta benevolência.
Abramos, pois, um crédito na vida universal, para que ele possa confiar na micro vida inteligente, em intenso processo de despertamento.
Se estiver lendo esta mensagem, não é por força do acaso, como às vezes se diz. Estás sendo escolhido e chamado para nos ajudar a difundir a harmonia divina no seio da luta humana. Seu exemplo de fé despertará esperança, alegria e saúde para todos os seres, mesmo que a sua consciência não participe desse fenômeno, movido pela vontade do Criador.
Trabalhe e confie, que o resto alguém fará por você e para você.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
ENTREVISTA COM CAIO FÁBIO - DECEPCIONADOS COM A IGREJA
Jonathan Menezes – Professor da Faculdade Teológica Sul Americana.
1. Você tem dito que viver o evangelho não implica necessariamente ser parte da igreja evangélica em sua configuração atual. Comente um pouco os porquês de tal postura.
Resposta:
Sim! Não implica em configuração alguma, de tempo algum; pois, de fato, a única coisa que implica é ser de Cristo; e quem é de Jesus conforme a consciência do Evangelho, este é Igreja e nunca deixa de encontrá-la; seja no caminho, seja indo ao encontro de irmãos em horas de adoração comum. Quanto aos porquês, na realidade não os tenho para além do fato de que sempre pensei assim a partir do Evangelho. Minha tese de ordenação foi sobre a Salvação Fora das Instituições, e isto fundado na compreensão acerca da Ordem de Melquizedeque, que é superior às linearidades históricas pelas quais viajam as informações que geram as instituições. Viver o Evangelho nada tem a ver com ser Evangélico histórica e institucionalmente falando; mas sim tem a ver com ser evangélico de acordo com Paulo aos Filipenses; ou seja: evangélico como um ser que carrega em si a qualidade do evangelho; portanto, trata-se de uma categoria existencial, e não institucional. Em minha opinião, pensar diferente é negar a fé. Ou seja: Pode-se viver o Evangelho em qualquer lugar, até na “Igreja Evangélica”.
2. Você tem dito também sobre um modo revolucionário de viver a vida cristã, o qual você denomina de “o Caminho”. O que é ser “dos do Caminho”?
Resposta:
Não há nada novo no que digo. A linguagem vem do Livro de Atos: “os do Caminho”; “este Caminho”; “encontrou alguns que eram do Caminho”; “...persegui este Caminho”. O Significado do Caminho é o significado da Igreja que é-indo... Afinal, Igreja fixa é Templo ou ajuntamento; e nada mais. A Igreja é feita dos chamados para fora, e que vão ao encontro de Jesus fora do arraial levando o Seu vitupério. A Igreja de Jesus foi anunciada no caminho para a Cesareia de Filipe. No caminho...; e também na direção da geografia mais pagã do território de Israel. Sintomático. Além disso, toda a idéia de Igreja no N.T. tem a ver com o sentido “peregrino e forasteiro” que busca resgatar o significado de ser Hebreu; que é aquele que se faz se não pára de andar...; de ser e crescer na fé e na aventura da renovação permanente da mente. Também, a idéia de caminho, tem tudo a ver com o que é essencial; e que no “Cristianismo” foi extinto — que é a fé como jornada, e não exclusivamente como corpo fixo de doutrina ou de representação institucional. Sobretudo, o Caminho é apenas o que diz. Sua revolução é a de sempre: a explosão da consciência de Jesus como fé apaixonada no coração de indivíduos gerando um corpo vivo e simples; ordenado a partir dos dons; organizado o suficiente para que os potenciais se maximizem, mas não se fixem hierarquicamente. De fato, decidimos chamar o que cremos que tem significado como Igreja, de “Caminho”; e os crentes de “os do Caminho” — e isto apenas porque ambos os termos estão emprenhados por contaminação cultural-radioativa-evangélica; e assim permanecerão ainda por muito tempo. Tornaram-se imprestáveis para significar o que Jesus propôs. Certos termos ficam tão corrompidos que é melhor esquecê-los por um tempo, e viver a partir do que eles significavam [e significam] originalmente; e não do que eles passaram a conotar; pois, o que importa não é a letra, mas o sentido. Aliás, com Jesus o que não é assim? Isto sem falar que termos como “igreja”, “presbítero”, “diácono”, etc. — todos foram tirados do sistema de administração das cidades do mundo greco-romano; e, outras vezes, das formas encontradas nas próprias Sinagogas dos Judeus. Portanto, nada disso é inspirado, mas apenas circunstancialmente útil. Na revelação a única forma inspirada é a Encarnação. As demais formas são, quando são, vasos-circunstanciais de barro contendo algo essencial: o tesouro do conteúdo imutável do Evangelho.
3. Se a igreja evangélica brasileira não tem correspondido às dinâmicas da vivência nesse caminho, o que falta?
Resposta:
O qual falta? Faltará algo a ser feito e consertado apenas se for possível botar vinho novo em odres velhos e se for sábio remendar veste velha com pano novo.
4. Em seu site, você tem se relacionado com muitas pessoas que de alguma forma se decepcionaram com a igreja. Na sua percepção, o que tem levado as pessoas a se desapontarem e se afastarem dela?
Resposta:
Ora, a “Igreja”. Ninguém deixa a fé por quase nenhuma outra razão. As pessoas perdem o romance com Deus porque a “visibilidade de Deus” na “igreja” é muitas vezes desumana e diabólica. A “Igreja” que ganhou a parada histórica [estivemos num momento crucial na década de 90, entre 91 e 94] é uma maquina de explorar e dissecar seres humanos até à medula. Não sobra nada. Além disso, a prevalência do surto neo-pentecostal, de um lado; e a aridez estéril dos históricos, de outro lado; provocaram um subproduto que faz os dias anteriores a Reforma Protestante parecerem piores apenas na rudeza, mas inocentes no processo de manipulação, de paganismo e de blasfêmia contra o Evangelho. “Os escândalos” acerca dos quais Jesus falou não são “fraquezas humanas” [essas não tiram a fé de ninguém; apenas entristecem], mas sim a perversidade humana contra o pequenino; e, nesse quesito, nada é mais ofensivo à percepção humana do que a pratica do que é “desumano” ou do que é “perverso” feitos em nome de Deus. Portanto, a “Igreja” é o próprio escândalo.
5. Você acredita que tais decepções têm fundamento, ou quem sabe uma parcela delas pode ser fruto de infantilidade espiritual? Não existe uma certa expectativa que distorce o próprio Evangelho?
Resposta:
Não! As pessoas sabem fazer diferença entre pecado humano e perversidade desumana. A imaturidade é dos filhos? São os pequeninos agora os responsáveis pelos que dizem “eu sei”? Ninguém que de fato conheceu Jesus deixará coisa alguma de valor da e na fé em razão dos “escândalos” dos que lideram como bandidos. No entanto, as pessoinhas que estão apenas chegando, vindas do paganismo mais supersticioso, entram cheias de esperança; e, com o tempo, descobrem que os macumbeiros exploram menos, e que despacho sai mais barato; já que em ambos os pólos “Deus” e “deuses” só aceitam oração simbolizada por dinheiro e feita com base em barganhas. A Graça está morta na “igreja”; posto que esta se jacta de ser o que não é. Portanto, transferir a conta para quem é ensinado é como culpar os filhos por seus pais lhes molestarem.
6. Como você vê a participação da liderança eclesiástica em tudo isso? Quais são as práticas imediatas que um bom líder precisa adotar a fim de superar esse cenário crítico?
Resposta:
Primeiro: acabar com essa história americana de líder. As raízes do conceito de liderança na e da “igreja” são pagãos: vêm dos gregos, passaram pelos romanos, participaram de todas as alquimias de poder na Europa, e ganharam sua versão atual nos modelos americanos de gestão e de importância empreendedora e funcional.
Segundo: é preciso entender que no Evangelho de Jesus liderar é servir, é se dar, é esperar que todos se abriguem pra que você ache um lugar.
Terceiro: é essencial que se acabe com toda essa fanfarrice de liderança e se inicie o processo do lava-pés; de fato e de verdade.
Quarto; e último: o bom líder é um servo simples e que dá a vida pelas ovelhas do Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo; e, por isso, lidera como o Cordeiro: não domina, mas exemplifica; não ordena, mas mostra; não impõe, mas deixa claro o que é; não oprime, antes remove pesos; é misericordioso, mas trata tudo na verdade; é forte na fé e fraco na Graça que tem mais prazer em perdoar do que em julgar; e que prega e ensina a Palavra em total simplicidade, com seu jeito, com sua própria cara, com sua própria essência; e que não busca para si nada que não seja oferecer de graça o que pela Graça lhe veio. Ora, eu não tenho que falar disso. Esta tudo tão simples no Evangelho. Por isso Jesus apenas diz: “Vem e vê!”
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
APENAS UM PASSO
Apenas um passo.Você está a apenas um passo de uma dieta mais equilibrada, a um passo de melhorar suas finanças pessoais, a um passo de ser um profissional muito melhor, a um passo de ter um relacionamento mais gratificante.
Autor desconhecido
terça-feira, 9 de outubro de 2007
TORNANDO-NOS MAIS SEMELHANTES A CRISTO
Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo.
Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles.
Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.
O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito". Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória — que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus.
Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é". Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente.
Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos — o eterno, o histórico e o escatológico — se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.
Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: "Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou". Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado.
Alguns de vocês podem ficar horrorizados com essa idéia e rechaçá-la de imediato. "Ora", me dirão, "não é óbvio que a Encarnação foi um evento absolutamente único, não sendo possível reproduzi-lo de modo algum?" Minha resposta é sim e não. Sim, foi único no sentido de que o Filho de Deus revestiu-se da nossa humanidade em Jesus de Nazaré, uma só vez e para sempre, o que jamais se repetirá. Isso é verdade. Contudo, há outro sentido no qual a Encarnação não foi um evento único: a maravilhosa graça de Deus manifestada na Encarnação de Cristo deve ser imitada por todos nós. Nesse sentido, a Encarnação não foi única, exclusiva, mas universal. Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz". Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação.
Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: "Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido". Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo" — note-se a palavra — "para que, como eu vos fiz, façais vós também".
Há cristãos que interpretam literalmente esse mandamento de Jesus e fazem a cerimônia do lava-pés em dia de Ceia do Senhor ou na Quinta-feira Santa — e podem até estar certos em fazê-lo. Porém, vejo que a maioria de nós fez apenas uma transposição cultural do mandamento de Jesus: aquilo que Jesus fez, que em sua cultura era função de um escravo, nós reproduzimos em nossa cultura sem levarmos em conta que nada há de humilhante ou degradante em o fazermos uns pelos outros.
Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: "Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave". Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa.
Observe a idéia que aqui se desenvolve: Paulo está nos instando a sermos semelhantes a Cristo na Encarnação, ao Cristo que lava os pés dos irmãos e ao Cristo crucificado. Esses três acontecimentos na vida de Cristo nos mostram claramente o que significa, na prática, sermos conformes à imagem de Cristo.
Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo — outra vez a mesma palavra — para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual.
No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo", referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio". Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são "envio ao mundo". Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no "mundo" das outras pessoas. É como explicou, com muita propriedade, o Arcebispo Michael Ramsey há alguns anos: "Somente à medida que sairmos e nos colocarmos, com compaixão amorosa, do lado de dentro das dúvidas do duvidoso, das indagações do indagador e da solidão do que se perdeu no caminho é que poderemos afirmar e recomendar a fé que professamos".
Quando falamos em "evangelização encarnacional" é exatamente disto que falamos: entrar no mundo do outro. Toda missão genuína é uma missão encarnacional. Temos de ser semelhantes a Cristo em sua missão. Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua Encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão.
Quero, de modo bem sucinto, falar de três conseqüências práticas da assemelhação a Cristo.
Primeira: A assemelhação a Cristo e o sofrimento. Por si só, o tema do sofrimento é bem complexo, e os cristãos tentam compreendê-lo de variados pontos de vista. Um deles se sobressai: aquele segundo o qual o sofrimento faz parte do processo da transformação que Deus faz em nós para nos assemelharmos a Cristo. Seja qual for a natureza do nosso sofrimento — uma decepção, uma frustração ou qualquer outra tragédia dolorosa —, precisamos tentar enxergá-lo à luz de Romanos 8:28-29. Romanos 8:28 diz que Deus está continuamente operando para o bem do seu povo, e Romanos 8:29 revela que o seu bom propósito é nos tornar semelhantes a Cristo.
Segunda: A assemelhação a Cristo e o desafio da evangelização. Provavelmente você já se perguntou: "Por que será que, até onde percebo, em muitas situações os nossos esforços evangelísticos freqüentemente terminam em fracasso?" As razões podem ser várias e não quero ser simplista, mas uma das razões principais é que nós não somos parecidos com o Cristo que anunciamos. John Poulton, que abordou o tema num livreto muito pertinente, intitulado A Today Sort of Evangelism, escreveu:
"A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou idéias. É no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal".
Isto é assemelhar-se à imagem de Cristo. Permitam-me dar outro exemplo. Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, identificando que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: "Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo". Eu penso que a Índia já estaria aos seus pés hoje mesmo se os cristãos vivessem como Jesus viveu. Oriundo do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: "Se todos os cristãos fossem cristãos — isto é, semelhantes a Cristo —, hoje o islã não existiria mais".
Isto me leva ao terceiro ponto: Assemelhação a Cristo e presença do Espírito Santo em nós. Nesta noite falei muito sobre assemelhação a Cristo, mas será que ela é alcançável? Por nossas próprias forças é evidente que não, mas Deus nos deu seu Santo Espírito para habitar em nós e nos transformar de dentro para fora. William Temple, que foi arcebispo na década de 40, costumava ilustrar este ponto falando sobre Shakespeare:
"Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus".
Para concluir, um breve resumo do que tentamos pensar juntos aqui hoje: O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Cristo. O modo como Deus nos torna conformes à imagem de Cristo é enchendo-nos do seu Espírito. Em outras palavras, a conclusão é de natureza trinitária, pois envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
John Stott
Tradução: F. R. Castelo Branco Outubro 2007
sábado, 6 de outubro de 2007
MINHA CONFIANÇA ESTÁ EM DEUS!
Corri, peguei a chave do carro, já abri o portão da garagem e tirei o carro pra fora. Desci do carro, passei a chave para o meu genro, ele sentou ao volante, minha filha entrou no carro com meu neto nos braços, e seguiram em disparada para o hospital. Minha esposa desabou e clamava chorando: “meu Deus, será que vai dar tempo!” E se pôs a orar intercedendo pela vidinha preciosa do nosso netinho.
Da minha casa até o hospital são quatro quilômetros, aproximadamente, e o pior são as voltas que é preciso dar para conseguir chegar até o pronto socorro, fora os sinaleiros. Um absurdo! O acesso deveria ser o mais descomplicado possível. A pessoa em situação de emergência pode morrer nessas voltas antes mesmo de conseguir chegar. A Secretaria Municipal de Trânsito precisa prestar atenção nisso quando elabora seu esquema de trânsito na cidade.
Liguei para o celular do pediatra do meu neto, mas deu caixa de mensagem. Outro absurdo! Se o telefone da casa de um médico toca no meio da madrugada, o motivo pode ser qualquer um como para qualquer pessoa, mas principalmente, pode ser um cliente seu precisando de atendimento médico urgente. Para quê me adianta ter o número do celular do meu médico se quando eu preciso, ele não me atende?! Poderia ter atendido e me orientado a correr pro pronto socorro mesmo, já que era uma emergência, mas eu esperava que ele fosse até lá pra dar socorro, ou então, me dissesse que ia ligar pra lá e já deixar tudo encaminhado e que qualquer coisa, eu poderia chamá-lo novamente... Qualquer coisa assim, pra nos deixar mais tranqüilos como pais e avós. Sei que a decisão de trocar de médico, não me garante que outro não faça o mesmo, mas esse, eu perdi a confiança. Estou sendo radical? Não! Quando o fato é reincidente.
Liguei, então, para o pronto socorro, me identifiquei, e comuniquei o que acontecia e pedi que ficassem prontos porque a coisa estava séria. Trocamos de roupas e fomos para o hospital também. Chegando lá, nosso neto já estava sendo medicado. A médica plantonista o diagnosticou como laringite, e explicou para mim que as laringes estavam inflamadas e inchadas, o que provocou obstrução das vias respiratórias.
Mas meu neto ainda estava com a pele azulada e com a respiração apertada. A enfermeira tentou aplicar o aerosol, mas ele não deixava, empurrava com a mãozinha. Então a médica passou soro com aminofilina. Foi preciso pôr uma tala de madeira em seu braçinho. O efeito é quase que imediato e ele foi se acalmando e voltando ao normal.
Tentamos fazê-lo dormir, mas ele estava com os olhinhos assustados e não aceitava que nenhum de nós nos afastasse dele, principalmente o seu pai. Ele é doido com o pai! Minha esposa procurou a sua chupeta, mas na correria ela ficou em casa. Então busquei uma na farmácia de plantão, e fui com minha esposa até a pediatria achar um jeito de esterilizar a chupeta.
Bem mais calmo e quase dormindo, agora com sua chupeta, eu e minha mulher nos despedimos da filha, genro e do nosso netinho e fomos pra casa, esgotados, e com a impressão de que fizemos muita ginástica ou de que levamos uma surra. O corpo parecia moído. Já eram quase cinco horas da manhã.
Essa situação me fez lembrar outra bem parecida, acontecida comigo há muitos anos. Mas essa é outra história!
Mais uma vez tive prova do amor de Deus para comigo e minha família, permitindo Vida pro meu neto.
OS PASSOS CLÁSSICOS DAS MUDANÇAS
Por que tantas mudanças, principalmente no mundo organizacional, não dão certo? O cemitério de mudanças mal conduzidas é enorme e nele jazem idéias e projetos grandiosos ou pequenos, vindo de empresas prestigiadas ou de organizações anônimas.
É clássico o conhecimento que todo processo de mudanças tem:
Situação atual: onde estamos hoje? Qual o “raio X” da situação?
Situação desejada: onde queremos chegar? Qual nossa visão de futuro?
Ações: o que devemos fazer para chegar lá? Quais são as atividades, prioridades e recursos?
Esta é a lógica das mudanças, que, assim descritas, parecem ocorrer de forma linear, tranqüila e sem imprevistos. Mas todos sabem que na vida prática as coisas não são bem assim... O senso comum diz que as pessoas resistem às mudanças. Isto é especialmente verdadeiro quando as mudanças são impostas. Quando as pessoas participam, se envolvem e se comprometem com as mudanças, aceitam a realidade, sonham com o futuro e agem com perseverança, as mudanças progridem rapidamente.
Visão ocidental, visão oriental
No ocidente, de forma geral, tendemos a ser rápidos nos processos decisórios: poucos são os envolvidos, a pressão de tempo é grande, a urgência requer decisões que não consideram os vários pontos de vista. Na hora da implantação, no entanto... surgem resistências às mudanças, mais veladas ou mais abertas, que muitas vezes terminam em sangrentas batalhas pelo poder; os decisores muitas vezes planejam mal as mudanças, levando a dificuldades de coordenação; aspectos peculiares dos envolvidos não foram adequadamente considerados, inviabilizando a implantação. O que se ganhou na decisão rápida se perde na implantação lenta.
No oriente, a tendência é de processos decisórios mais lentos, que envolvem a grande maioria dos setores afetados. O planejamento das mudanças tende a ser mais completo, os diversos aspectos e peculiaridades são considerados, alternativas e idéias complementares são agregados: com isto todos se sentem pais e mães do processo, as resistências são minimizadas e a implantação é rápida. O tempo total de decisão + implantação tende a ficar mais reduzido.
A grande lição a tirar desta comparação de modelos é que o envolvimento e comprometimento de todos são cruciais para o sucesso. Mudanças conduzidas “goela abaixo” não têm muita sustentação e se deterioram em pouco tempo.
O que fazer para as mudanças darem certo?
As carências em colocar em prática três verbos são fatais para qualquer mudança:
- Não aceitar
- Não sonhar
- Não perseverar
No diagnóstico da situação atual muitas vezes há diferentes percepções do que seja “o nosso raio X”. Áreas de atuação como marketing, operações, gestão de pessoas, tecnologia da informação e jurídico vêem a situação de formas diferentes.
O mesmo ocorre se considerarmos as percepções dos diretores, dos gerentes e dos supervisores. O tipo pessoal de atuação também influencia fortemente este processo. Portanto, integrar todas as diferentes percepções é vital ao sucesso das mudanças.
A palavra-chave é aceitar a realidade como ela é, e não mesclar com aquilo que as pessoas gostariam que fosse. A crítica e o julgamento devem ser substituídos pela aceitação, que é confundida com passividade, conformismo ou paralisia. Nós só podemos curar e mudar aquilo que realmente aceitamos.
Todos os empreendimentos humanos, de uma enorme corporação a uma pequena casa, um carro, uma carreira, iniciaram com um sonho. O sonhar nos conduz à polaridade inversa do aceitar a realidade. Sonhar nos conecta ao futuro, à visão daquilo que desejamos. Sonhar é uma atividade ligada ao nível espiritual, à alegria, à felicidade. Sonhar nos liberta das limitações do estado atual, gerando energia. Sonhar nos conecta a visão, missão e valores. Devemos sonhar sonhos grandes e ousados. As pessoas e as organizações que são tristes não sonham. Como todo empreendimento coletivo, a organização precisa de sonhos que unam as pessoas, e é aí que as lideranças têm um papel fundamental, ao estimular e propiciar sonhos significativos ao seu pessoal.
Para nos movermos concretamente da aceitação da realidade para o futuro sonhado é preciso perseverar na ação competente. Ter um ótimo e preciso diagnóstico, bem como os sonhos bem definidos, não basta. Para mudarmos a nossa realidade e tornarmos nossos sonhos a nova realidade é preciso agir com competência e com perseverança. No caminho em direção ao sonho existem estações intermediárias, existem paradas para descanso e para nos re-abastecermos, existem momentos fáceis e alegres, mas também pedras e espinhos. E é aí que a perseverança, a tenacidade, o não desistir é fundamental. A ação orientada para o sonho torna-o uma realidade.
E é assim que as mudanças acontecem.