sábado, 27 de outubro de 2007

CAMINHO DA GRAÇA É UM LUGAR DE ENCONTRO


por Carlos Bregantim


Encontro da “vida com sabor de Graça”. E da “Graça com sabor de vida”. Encontro de pessoas com pessoas. Encontro de gente com gente. Encontro de seres humanos com seres humanos. Encontro de pessoas consigo mesmas, na expectativa de que este encontro, seja menos dolorido, mas, que seja curativo, terapêutico, saudável. Que seja um confronto consigo mesmo que produza resultado na vida para a vida com Graça. Encontro de pessoas com a simplicidade do Evangelho, que, em lendo e meditando no Evangelho, descobrem a beleza, a suavidade, a leveza das palavras de Jesus e se sentem seduzidas a segui-Lo. Encontro de pessoas que desejam ser, nada alem de discípulos de Jesus e viverem com responsabilidade o Evangelho da Graça.

No Caminho da Graça, onde estes encontros acontecem, acontecem outros tantos encontros que determinam toda a dinâmica e a razão de existir do Caminho.

No Caminho da Graça, os encontros são embriões de possíveis e bem-vindas “amizades espirituais” tão raras e tão necessárias em nossos dias.

No Caminho da Graça, os encontros são informais, interativos, simples, leves, ecléticos, pois, entendemos que estes ingredientes são indispensáveis para um “ambiente favorável” para se estabelecer novos vínculos de afeição, amizades, amor, compaixão e real comunhão com pessoas e com Deus.

No Caminho da Graça, os caminhantes são encorajados a, em entendendo o Evangelho da Graça, segundo suas próprias consciências e submissos ao Espírito Santo, viverem este Evangelho da Graça, na sua plenitude e voltarem a ser pessoas normais, isto é, ser gente como gente deve ser serem humanos, pois, quando Deus decidiu se aproximar de nós, se humanizou se encarnou e habitou entre nós e ai então “vimos a sua Gloria”.

No Caminho da Graça, somos estimulados a, se tivermos que radicalizar em algo, radicalizaremos na graça, no amor, no perdão, na paciência, na compaixão, no acolhimento irrestrito, no “caminhar mais uma milha”, no doar, no entregar também a capa e isso para com todos sem acepção que desejarem abraçar ou re-abraçar a fé cristã.

No Caminho da Graça, todos descobrimos e reconhecemos que o lugar mais seguro para se estar no universo é, debaixo da Cruz de Cristo. Somos encorajados a correr para este lugar, todo tempo e o tempo todo e ali, aos pés da Cruz, vamos nos transformando até que todos cheguemos a estatura da plenitude de Cristo, nos parecendo cada vez mais com Ele que é o propósito final de Deus em nós

No Caminho da Graça, temos nos encontrado, reencontrado e reconhecido a presença de Deus para alem dos estereótipos religiosos, padrões religiosos, tradições religiosas. Temos descoberto que Deus não é propriedade exclusiva de nenhuma religião, pois Ele é livre e absolutamente soberano.

No Caminho da Graça, até um desencontro pode se tornar um encontro, à medida que os desencontrados se encontrem e são encontrados e juntos celebram o encontro na Graça com alegria, liberdade, sensibilidade e compromisso.

No Caminho da Graça, todos nos encontramos uns com os outros e com Deus, com sua Graça, pois, Ele em Cristo disse: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome ali estarei”, portanto, juntos celebramos sua presença e afirmamos que Nele, Jesus de Nazaré, Deus se reconciliou com a humanidade e a todos perdoou e todos são convidados a participar desta mesa, a mesa da Graça.

QUE LUGAR É ESTE?

O que é importante refletir é que este “lugar” não é necessariamente um “lugar geográfico fixo” O Caminho da Graça é um lugar de encontro de pessoas, portanto, onde estes encontros acontecerem, sendo “mediados” pela graça, isto é, pela presença do Cristo Ressuscitado, ali está o Caminho da Graça.

Aqui na capital paulistana, estes encontros ou muitos dos caminhantes se encontram aos domingos 10 na Lins, mas, falo por mim e sei que poderia falar por muitos dos caminhantes. ao sairmos da Lins, entramos na roda viva da vida que nos conduz a tantos encontros onde a graça mediadora faz destes lugares Caminhos Graciosos. Por exemplo, nesta semana que estamos encerrando, o Caminho da Graça, para mim, aconteceu... em vários ambientes como no Shoping Santa Cruz, Shoping, Paulista, Padaria Letícia, Fnac, Cemitério Jaraguá, aqui em casa, no telefone, na internet, via MSN, orkut, e-mails, enfim, tantos foram os lugares onde o Caminho da Graça se instalou e mesmo em encontros rápidos ou longos, alegres, tristes, tensos, leves..percebi a graça do Pai..aspergindo, respingando, lubrificando, mediando, acalmando, confrontando, curando, consolando, cuidando. Isto é o Caminho da Graça, este lugar, eclético, onde dois ou 10 ou 100. Seja quantos forem, podem se encontrar e se restaurar.

No Caminho da Graça, não há fixidez, não há padrões rígidos, regras inflexíveis, cobranças implacáveis, palavras ásperas, gritos hostis.

No Caminho da Graça há, acolhimento, abraço, beijo de bem-vindo de adeus. Há perguntas sem respostas. Há alegria e choro. Enfim, há a normalidade da vida à qual fomos chamados para viver intensamente.

AONDE O CAMINHO DA GRAÇA QUER CHEGAR?

A lugar nenhum, porque o Caminho da Graça já é; e já está. O Caminho da Graça já é tudo que precisamos e já está onde deve estar. O CG já é...

QUAIS OS OBJETIVOS DO CAMINHO DA GRAÇA?

Só um. Que todos os caminhantes cheguem cada dia mais próximo da imagem e semelhança do Filho, já que esta é a vontade final do Pai Eterno.

E A HORA QUE O CAMINHO DA GRAÇA CRESCER, O QUE VOCES FARÃO?

Nada, pois não há nada que se fazer a não ser continuar fazendo e sendo aquilo que já fazemos e somos, isto é, O CAMINHO DA GRAÇA.

Carlos Bregantim

CAMINHO DA GRAÇA ESTAÇÃO SÃO PAULO

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Amigo Carlos: Graça e Paz!

A cada dia minha alma encontra descanso, especialmente quando vejo que você, entre outros amigos, mesmo que eu me fosse hoje, com tudo o que já internalizaram e creram, manteriam o “espírito do Caminho” intacto nesta geração — que é a única que podemos objetivamente servir!

Receba meu beijo grato e reverente!

Nele, que nos deu a alegria de trocar os pedigrees da religião pela simplicidade da marca da Graça,

Caio

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A VIRGEM BRASILEIRA



À semelhança da igreja americana. A igreja brasileira está muito longe de ser uma virgem intacta. O Brasil é curiosamente o país mais católico, mais pentecostal e mais espírita do mundo. Ao mesmo tempo, acompanhando uma tendência mundial, o número de não-religiosos aumenta a cada ano (dos míseros 0,2% em 1940 para os significativos 7,4% em 2000).

Os católicos ainda são uma maioria expressiva (bem mais de 2/3 da população), embora em acentuado declínio (de 95% para 73,6% no mesmo período acima). Porém, uma grande quantidade deles são cristãos nominais (veja Billy Graham e Dom Eugênio Sales de mãos dadas, na p. 14). Se pesquisarmos a identidade religiosa das mulheres que cometem aborto, das pessoas envolvidas com o narcotráfico, das prostitutas e dos políticos corruptos – não será novidade se quase todos se declararem de origem católica.

É quase impossível calcular o grande número de brasileiros que se dizem católicos, mas, ao mesmo tempo, acredita na reencarnação (o Instituto Datafolha afirma que são 44%), o que dificilmente aconteceria se eles conhecessem as Escrituras Sagradas e o próprio ensino da Igreja Católica. Com uma facilidade assustadora, esses cristãos batizados, mas não evangelizados, trocam a boa notícia da justificação cristã pela notícia oposta da reencarnação hinduísta, ainda que a discrepância entre uma doutrina e outra seja gigantesca. A mistura é tão grande que está se chamando de “catopírita” o católico que freqüenta um centro espírita t em certa simpatia pela reencarnação, e de “espiritólico”, o espírita que freqüenta as missas e batiza os filhos na Igreja Católica (Folha de São Paulo, “Religião”, 06/05/07, p. 9).

Embora em contínuo crescimento, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, o lado evangélico da igreja brasileira não tem dado o mesmo testemunho de alguns anos atrás, quando era uma igreja menor.

Temos muitas divisões, nem todas provocadas pelo zelo doutrinário ou pelo desejo honesto de sermos uma igreja de maior fervor espiritual. Por não estarmos sujeitos a uma central que controla tudo, como acontece na Igreja Católica, nossas divisões são mais visíveis, mas acentuadas e mais freqüentes. Não poucas são motivas pela vaidade humana, pela sede de poder, por questões puramente pessoais. Temos denominações históricas (luteranos, congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas, episcopais etc.), denominações pentecostais (Congregação Cristã no Brasil, Assembléia de Deus, Igreja Evangélica Pentecostal o Brasil para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja do Evangelho Quadrangular etc.) e denominações neopentecostais (Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Renascer em Cristo etc.)

Somos presbiterianos, presbiterianos independentes, presbiterianos conservadores, presbiterianos fundamentalistas, presbiterianos renovados, presbiterianos “tolerantes” (Igreja Presbiteriana Unida) e até presbiterianos “soltos” (desligados de qualquer estrutura eclesiástica). Todas as outras denominações históricas têm fragmentações equivalentes à da presbiteriana, citada como exemplo.

Os fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus (Edir Macedo), da Igreja Internacional da Graça de Deus (R. R. Soares) e da Igreja Cristo Vive (Miguel Ângelo) saíram todos da mesma Igreja de Nova Vida, em Botafogo, no Rio de Janeiro, RJ. Em alguns lugares, a igreja de Edir Macedo está na mesma rua e no mesmo quarteirão da igreja de seu cunhado R. R. Soares.

Quase todo dia organizamos uma nova igreja, em alguns casos sob a desculpa de fugirmos ao emaranhado das muitas denominações. Não há como negar a existência de competição entre o grupo católico e o grupo protestante e também entre uma denominação evangélica e outra. A competição acontece ainda entre igrejas da mesma denominação. Sabe-se que há igrejas que mudam certas práticas e certas convicções só para não perde membros. Estamos fazendo o que se faz no mundo dos negócios, adotando a concorrência, que, em última análise, tem muito a ver com o mundo darwiniano.

Salvo algumas exceções, a euforia está tomando o lugar da contrição. A euforia pela quantidade – os grandes ajuntamentos, as grandes colheitas, os grandes relatórios, os grandes milagres, os grandes templos e as grandes igrejas (criamos até a palavra “megaigreja”). A doença da euforia religiosa alcança até a oração (o presunçoso “eu ordeno” substitui o humilde “eu suplico”). Cantamos mais hinos retumbantes (“Vou lançar a minha rede ao mar, muitas almas vou ganhar, tantas que eu não poderei contar, almas como a areia do mar”) do que hinos de arrependimento (“Se eu não andei nos bons caminhos teus, perdão, Senhor!”).

Não temos feito a sábia distinção entre alegria e euforia. A alegria nos conduz à adoração e à gratidão. Já a euforia quase sempre descamba na soberba, além de nos tirar os pés do chão e nos desviar do alvo certo. A projeção do nome e da imagem é um mau sinal e um perigo. Outro dia o reverendo José (nome fictício) colocou um anúncio de página inteira numa revista evangélica que mencionava seis vezes o seu nome e estampava seis vezes a sua foto. Este senhor referiu-se a ele mesmo como “o homem que recebeu os nove dons espirituais”. O anúncio terminava assim: “Quem deseja visitar a Igreja do Revendo José, o endereço é...”.

Fazemos propaganda descarada de nós mesmos ou do nosso grupo. Basta abrir uma edição qualquer do órgão oficial de certa denominação neopentecostal para encontrar ali o nome e a foto de seu fundador dezenas de vezes. Quando essa revista e outras do gênero contam histórias de conversão, de curas espetaculares e de ascensão financeira, elas deixam bem claro que tais eventos se deram pro causa do programa de televisão deles ou porque a pessoa visitou a igreja deles. É puro marketing religioso, que funciona, mas que não se pode chamar de evangelização. Há poucos anos, certo pastor de uma denominação histórica anunciou que iria construir o maior templo, cuja planta havia sido elaborada pelo maior arquiteto do mundo (referia-se a Oscar Niemeyer), no melhor lugar, para o maior Deus.

Os pastores estão em crise e os rebanhos também. Em muitos casos, a figura do pastor deixa muito a desejar em várias áreas: quanto à vocação, à motivação, à vida devocional, ao caráter, ao exemplo, à autoridade, à pregação, à liderança (ora fraca demais ora dominadora demais), às relações familiares. Por causa da diminuição da qualidade pastoral quase nada mais resta daquela admiração e daquele orgulho que o rebanho tinha pelo seu pastor. Some-se a isso a influência de certas correntes que propagam a idéia de que a presença e o ministério do pastor são desnecessários. A baixa qualidade reforça a falsa idéia, e vice-versa.

Talvez o maior desafio da igreja brasileira e das igrejas de todo o mundo seja a tristemente famosa teologia da prosperidade. Usando a linguagem de Paulo poderíamos dizer que “outro evangelho” (o da prosperidade) tomou o lugar do “evangelho de Cristo” (Gl 1.6-7). Essa pregação, nascida nos Estados Unidos, não menciona o pecado, o arrependimento e o “negar-se a si mesmo” (Lc 0.23). Abaixa a altura do paradigma, aumenta a largura da porta, alarga o caminho apertado e multiplica o número de companheiros de jornada (Mt 7.13-14). É o evangelho da graça barata, que apresenta Jesus como Salvador, e nunca como Senhor, pelo menos na prática. É a versão religiosa da badalada auto-ajuda, que domina o mercado livreiro. É o evangelho da satisfação pessoal, da cura, do sucesso, de bens, de vantagens, de mansões, de casa na praia e na montanha, de carros importados, de roupas e jóias de marcas famosas. É o evangelho que excita agradavelmente e não exige nada, como explica o pesquisador George Gallup Jr. É a chamada religião à La carte.

Além daqueles que nasceram dentro da teologia da prosperidade ou a abraçaram a certa altura de sua vida cristã, outros muitos estão se interessando por ela e se comprometendo com ela sem, contudo, abandonarem suas igrejas de origem e irem para igrejas neopentecostais. A propaganda cerrada da teologia da prosperidade pela televisão, pelo rádio, pelo púlpito (vários cultos por dia), pelos jornais e revistas (um deles tem tiragem superior a 2.300.000 exemplares) está minando o povo de Deus. Há poucos dias, uma editora colocou outdoors em lugares estratégicos anunciando uma nova Bíblia de estudo com ênfase na vitória financeira. Estamos embriagados, mas certamente não é do Espírito Santo, como aconteceu com os primeiros cristãos (At 2.13), e sim pelo crescimento numérico e, em alguns casos, pelas sacolas e gazofilácios cheios de dinheiro.

Como se pode ver, a virgem brasileira não vai bem e há pouca beleza nela para ser admirada. Crescemos muito e depressa, mas “temos dois quilômetros de extensão e dois centímetros de profundidade”, como afirmou Josué Campanha, diretor da SEPAL Brasil, no encontro da organização realizado em Águas de Lindóia de 7 a 11 de maio de 2007.

Se nós não intensificarmos a evangelização, como a Igreja Católica decidiu fazer agora em maio, “o crescimento nos asfixiará e nos tornaremos uma segunda força religiosa oficial, grande, mas irrelevante, como aquela que já temos há 500 anos” (trecho da entrevista de Harold Segura, na p. 34).


Extraído da Revista Ultimato, edição julho-agosto 2007, p. 62 e 63.



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O COCHEIRO E SUAS ABÓBORAS

Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras.

A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas.

Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.

Então ele começou a ficar desanimado e pensou: "jamais vou conseguir terminar minha viagem!

É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!".

Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.

Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.

Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.

Autor desconhecido

domingo, 21 de outubro de 2007

“TROPA DE ELITE” MUITO BURRA


O que escrevo a seguir não será entendido hoje por mais de 90% dos meus leitores. De fato alguns são leitores, mas muitos ainda são Lei-tores. Entretanto, em alguns anos todos me compreenderão. Mas o preço hoje é a solidão.

Deixando o que digo para além da dúvida para os mal intencionados:

Sou contra as drogas, mas sou mais contra ainda aos meios de seu combate e às motivações de seu combate!

Portanto, apenas suponha:

“De hoje em diante Cerveja e Vinho são drogas” — decretam as autoridades.

Até mesmo vinho de ceia; até mesmo o suco da uva! Tudo está proibido!

Tomar a ceia com vinho ou seus derivados seria crime e ilegalidade em tal caso. A ceia seria uma contravenção.

Sim! De um dia para o outro; assim como foi quando bebida alcoólica era droga nos Estados Unidos e deixou de ser com uma Canetada legal.

Por quê?

Ora, em ambos os casos, tanto para tornar crime quanto para descriminar [na época da Lei Seca], aconteceu apenas em razão da Moral das elites e que é sempre o resultado de seus interesses, sejam econômicos ou apenas uma decisão segregatória — conforme aconteceu na América.

Sim! Tais leis [tipo a Lei Seca] acontecem apenas em razão da Moral, a qual, pela legalidade, se torna mais Moral ainda, e, portanto, cada vez mais legal...

Assim, bons lobbies e uma boa dose de Moralidade elitista, e qualquer coisa desinteressante para essa Moral passa a ser ilegal e vice versa.

Afinal, sempre se substitui uma Moral por outra Moral do modo mais irracional possível.

Isto é também parte do “curso deste mundo”, conforme Paulo.

Algodão já foi a “droga das roupas” por uma convenção americana, de natureza protecionista de seu mercado; posto que, não podendo competir com o algodão indiano, declarou-o ilegal nos States; e quem o comprava ou vendia algodão ia pra cadeia como um “traficante”.

Por quê?

Ora, é que a lã americana não podia competir com os tecidos de algodão da Índia [isto no início do século passado]. Desse modo o remédio era fazer algodão ser algo ilegal.

Apenas uma Canetada e o algodão virou droga.

Apenas a título de ilustração e jamais de apologia:

Até a década de 30 era permitido fumar maconha nos Estados Unidos. Fumava-se abertamente em todas as festas da elite em Nova York [na Europa Vitoriana também; e depois... do mesmo modo até o fim da II Guerra]. Mas como nos Estados Unidos [nova potencial mundial] surgiu a discriminação aos negros, e eram eles [os negros] que plantavam a maconha no campo e vendiam aos brancos, do dia para a noite, por força da perseguição racial, a plantação passou a ser crime.

E como todo crime que só é crime se for por decreto, a tendência, em tal caso, é fazer crescer o “proibido”; então o consumo cresceu na América e no mundo...

Para se compreender minimamente o que tento aqui expressar, é importante afirmar que existe diferença entre os mandamentos da Lei de Deus e os mandamentos das leis dos homens.

O ladrão que morria ao lado de Jesus pagou legalmente pelo que seus atos mereciam, embora, pelo arrependimento, tenha ido de condenado pelos homens a perdoado por Jesus direto para o Paraíso.

No caso de tal “malfeitor”, deu-se a César o que era de César [a lei e a ordem] e deu-se a Deus o que a Deus pertencia: o homem.

No caso em questão, provavelmente o “malfeitor” pagasse por crimes mesmo [morte, roubo ou qualquer delito real contra o próximo], e não por convenções meramente circunstanciais ou fruto de caprichos de uma elite.

Entretanto, no caso do “ladrão ao lado de Jesus”, ficou estabelecida a distinção entre a Lei operando socialmente para proteger os homens daqueles que são malfeitores, e, a possibilidade de que o condenado, mesmo pagando o que deve, o pague aos homens embora já esteja perdoado pelo Pai.

A Lei de Deus não salva ninguém espiritualmente [pois, por obras da Lei ninguém é justificado diante de Deus], mas sem ela a sociedade humana entra em caos total.

Sem honra aos pais as gerações apodrecem...

Sob o homicídio toda sociedade se torna diabo...

Sob a mentira, a falsificação, o estelionato e a falsa testemunha, toda sociedade já não sabe mais nada acerca da realidade... e serve à fantasia...

Sob o adultério, a traição e o engano, toda sociedade perece no desamor familiar e estende tal desamor para o todo da vida; pois, quem não ama o seus, a quem amará?...

Sob o roubo, o furto e a corrupção, toda sociedade se torna perversa e bandida; e a nossa é a prova cabal de que sendo assim tal processo é irreversível...

Os quatro primeiros mandamentos da Lei de Deus não têm aplicabilidade social exceto numa Teocracia [o que nada tem a ver com o Reino de Deus, que no coração]; e o último, “não cobiçarás”, pode apenas ser avaliado no próprio coração do cobiçoso.

Entretanto, dos mandamentos de Deus que são leis consensuais em praticamente todas as sociedades humanas, no Brasil quase nenhum deles carrega qualquer significado Moral atual; não para a elite...

Sim! Cada mandamento foi escrito como sendo algo que não se devia fazer “contra o próximo”. Entre nós, todavia, tudo isso perdeu o sentido... O que se tem que fazer é aprender a praticar sem que se seja flagrado...

O país é vitima de um monte de leis morais re-enforçadas pelas elites [mídia e formadores de opinião] e pelo sistema político, legal e policial; e tais leis e seus executores geram os piores males da nação; males piores do que “aquilo” que pelo uso de tais leis se pretende combater.

Se alguém soma o que se perde na corrupção governamental e legal [Executivo, Legislativo e Judiciário] e mais o que se gasta na repressão aos crimes de Canetada, e que são caprichos Morais — e se a tais somas se adiciona o imponderável: a perda de milhares e milhares de vidas humanas; e mais: o decreto de morte ou semi-morte aos órfãos e parentes de tais “vitimas” — logo se vê, pela soma de tais índices, que se gasta infinitamente mais em razão deles, do que qualquer que seja o significado do mal que o objeto reprimido possa causar em si mesmo à sociedade.

O drama que o filme Tropa de Elite nos apresenta é a expressão de um espírito suicida, burro, diabolicamente imbecil, e satanicamente homicida, o qual se torna guerra de decreto, sem que a ela corresponda nenhuma causa pela qual se deva guerrear.

Durante anos importantes no desenvolvimento do atual fenômeno narrado parcialmente no filme Tropa de Elite — vi para além de qualquer dúvida que pudesse depois restar em mim, que a guerra é de Caneta, e que seu gênio é a Moral das elites hipócritas, em razão de que o que se combate só se passou a combater por um preconceito racial americano, tornado lei mundial pelo poder econômico e militar da América Pós-Guerra; e que se tornou lei a ser cumprida por todas as nações “civilizadas” da terra.

Entretanto, antes de 1930 [e alguma coisa], não era assim nem mesmo na América do Norte, tendo se tornado isso em razão da perseguição aos negros — o que, pela alienação histórica, vai se projetando de geração a geração como se fosse mandamento divino...

O filme retrata a idiotice animada pelo inferno e que entre nós se tornou um câncer com metástase no corpo inteiro.

O que se gasta de energia, sangue, vidas e dinheiro para combater aquilo que foi condenado pela lei da Canetada [bem como o dinheiro que se desvia dentro do processo e fora dele como corrupção], não vale nem de longe a guerra imbecil que se propõe combater até a morte aquilo que mata menos do que a repressão feita em nome da vida e da ordem, a qual não apenas mata muito e muito, mas corrompe ainda mais...

E quem já viveu ali..., olhando de dentro da Polícia, apalpando seus intestinos; bem como vendo a partir do Estado, compondo seus quadros de avaliação do sistema; entrando em todo o sistema prisional e fazendo relações com os apenados e suas famílias; subindo os morros e favelas, entrando nas casas dos trabalhadores bem como na dos membros do “movimento” — sim! olhando a situação por várias perspectivas, e percebendo que seus tentáculos se esticam aos mais elevados níveis de poder; e mais: sabendo da história da proibição que hoje, sem se auto-explicar, tornou-se um Axioma Legal — não se tem como não dizer: TUDO ISSO É LOUCURA!

Segundo o filme, alguém bom tem que sofrer a lavagem cerebral do ódio a fim de poder ser o substituto de alguém bom que tem que viver como mal a fim de sobreviver até achar alguém que entre no processo para substituí-lo...

E para que isto aconteça a pessoa tem que se convencer que é mais importante salvar a Polícia para coibir o uso de qualquer que seja o produto ilícito, do que perguntar se aquilo tudo faz sentido.

“Ordem dada é ordem cumprida” — repete o policial corrupto e indiferente.

Assim, o filme da moda, o Tropa de Elite, foi visto por mim num ato de contravenção, mediante uma cópia pirata, e, de tal ilícito é que me arvoro a escrever sobre a proliferação do ilícito irracional, o qual, não é Lei de Deus, e não trabalha na direção dela, pois, para que alguém não se mate por vontade própria [o que é lícito; pois, não se diz “não te suicidarás”, mas sim “não matarás”] — mata-se muito mais do que os próprios suicidas dependentes de drogas químicas conseguem se matar; fazendo “eles” assim com que o remédio para matar barata seja uma bomba atômica; que não mata a barata, mas destrói tudo à sua volta; conforme se vê na insana luta contra as “drogas escolhidas” pela elite Moral para serem as “proibidas”, embora os proibidores consumam mais que todos os outros homens aquilo por eles “proibido”; enquanto financiam e demandam a morte daqueles que são seus “fornecedores”; os quais, para continuar fornecendo o ilícito têm que se armar até os dentes a fim de enfrentar a Polícia; a qual, usa tais “atravessadores ilegais” como os sustentadores do negócio policial da corrupção, na mesma medida em que a própria Polícia também se envolve com tudo mais que diga respeito à exacerbação do processo, criando um monstro que se alimenta de sua própria morte. De modo que quanto mais mata, à semelhança de um vampiro, mais se fortalece no espírito do ódio e da morte.

Ou seja: tudo isso é o diabo!

Indagado sobre isto por fariseus contemporâneos, Jesus diria: “Vocês sempre coam o mosquito e engolem o camelo!”.

Todo esse sistema tem sua cabeça no intestino grosso de um Estado sem consciência, e que importa Dejeto Legal como ouro Moral, apenas para passar por “civilizado” ante as elites suicidas e preconceituosas da Roma Moderna: a América do Norte.

Sim! É mais ridículo do que Corintiano matando pelo resultado do jogo de seu time.

Somente os cegados pela Moral burra e pelo preconceito, não enxergam que essa guerra é de Caneta, mas que as armas são de morte. E mais: que ela jamais terá fim; e cada vez mais será a Droga maior enquanto diz nos defender das drogas.

Se o Governo Brasileiro não tiver a coragem de tomar uma posição inteligente frente ao mal maior que se cria combatendo os inegáveis males das drogas pela via de um mal maior, apenas contaremos nossa história rumo ao abismo.

Isto não é profecia, é fato!

Somente a consciência pode parar o consumo de qualquer coisa, pois, não existe Lei contra o desejo de fugir ou de morrer. E essa é a pulsão que fomenta o uso de qualquer alterador de consciência; seja o álcool, seja a maconha, seja o pó e seus derivados diabólicos, ou sejam as drogas tarja preta, igualmente danosas e viciantes.

Esta é minha opinião, já expressa outras vezes neste site. Quem não concordar espere mais dez anos e releia o que escrevo hoje; e, antes de hoje, em centenas de textos desde 1992.

Nele, em Quem julgo falar com sensatez pela Vida, e isto em um mundo caído no qual quase sempre o melhor é apenas o menos ruim,

Caio
04/10/07
Lago Norte
Brasília

sábado, 20 de outubro de 2007

ORANDO NO ESPELHO



Precisamos orar pelo país. Temos esquecido de incluir o Brasil em nossos programas de oração. Deixamos nosso povo e nossos governantes sem cobertura. Dá no que dá.


Deus fez sua parte. Somos um país “abençoado por Deus”, com imensas riquezas naturais, terras férteis, clima ameno etc. Falta orar por nosso povo e por nossos governantes.

Penso logo numa lista de pedidos.

Gostaria de poder comprar jornal numa caixa na calçada, onde coloco o dinheiro e pego o jornal, sem necessidade de vigias.

Gostaria de poder tirar uma simples cópia, sem ter de pedir ao encarregado da chave do armário do papel da copiadora.

Gostaria de não ter de trancar na gaveta, todo fim de expediente, meus papéis, réguas e canetas. Sem tranca, tudo desaparece da noite para o dia.

Gostaria de ver os gramados de Brasília sem aqueles milhares de trilhas no gramado. O povo não usa as calçadas que não coincidam com a linha reta que pretendem traçar ao seu destino.

Gostaria que meus vizinhos usassem a sua própria água para lavar o carro, e não fizessem “gatos” na água do condomínio. O mesmo para a luz, a tevê a cabo e até linhas telefônicas.

Gostaria que as pessoas fossem pontuais. Que simplesmente chegassem na hora marcada. Perderíamos menos tempo na vida, esperando por gente que acha que tem o direito de nos fazer esperar (se reclamamos, dizem: “relaxa!”).

Gostaria que todos os motoristas que encontro nas ruas tivesse carteiras legítimas e soubessem as regras de trânsito. Que a compra de carteiras, certidões, diplomas, atestados e tudo o mais não fosse algo “normal”.

Gostaria que alguém se escandalizasse quando um político entra de licença médica, como recursos “de praxe” para se afastar. Que alguém pedisse uma junta médica para verificar se ele realmente está doente.

Gostaria que o meu presidente soubesse alguma coisa do que se passa fora do seu gabinete, no país que diz governar, por exemplo. Mas ele repete que não sabia.

Gostaria que Roberto Jefferson e Fernando Collor não mais se apresentassem como “garotos-propaganda” de um partido, como se fossem referências nacionais.

Gostaria que Marta Suplicy deixasse de pensar só “naquilo”. Em especial, quando se fala de crise na aviação. “Relaxar e gozar” durante um estupro, na boca de uma ministra de Estado, só pode ser o fundo do poço moral de uma nação. Se ele não puder mais ser mudada (nem com oração), que seja retirada do cargo.

Quanta matéria de oração, para melhorar nosso país! Imagino que lhe ocorram muitas outras, leitor.

Será que Deus consegue?

Bem, a resposta encontraremos no espelho. Ao pensar nesses “pedidos de oração”, vale perguntar: é por essa imagem no espelho que estou orando? Não seria o caso de usar, então, “nós”, como fez Neemias?

Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais têm cometido conta ti; pois eu e a casa do meu pai temos pecado. Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. (Ne 1.6-7)

Devemos orar pelo Brasil. Deus responderá se, com temor, suplicarmos por esse povo que vemos no espelho.



por Rubem Amorese
Presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília
Extraído da revista ULTIMATO – set-out-2007


METAMORFOSE AMBULANTE

Creio que todo dom perfeito e toda boa dádiva vem de Deus, inclusive a letra dessa música cantada pela banda Capital Inicial. “Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito, pode ser fácil se você ver o mundo de outro jeito. Se o que era errado ficou certo, as coisas são como elas são..."

No histórico da nossa vida muitas coisas eram abomináveis aos nossos olhos, condenávamos, repudiávamos e até pregávamos defendendo as nossas teses por aí. Porém, com o passar do tempo as coisas mudaram... ou fomos nós que mudamos com o passar do tempo? Tem gente que antigamente dizia que assistir televisão era pecado, hoje não perde a novela das oito. Ouvir música secular? Nem pensar. Hoje não pára de cantar: ”Amar é um deserto e seus temores...” Beber?! Jamais! Eu não! Hoje aprecia e degusta um bom vinho, seja ele Château Margaux ou o italiano Brunello di Montalcino.

O que incomoda não é a nova forma de ver o mundo dessas pessoas, e sim, porque elas não admitem que mudaram. Pelo amor de Deus, as coisas são como elas são, o que muda são olhos de quem vê e como vê. A Bíblia diz em Tito 1:15 "Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas”. Então, temos que reconhecer essa metamorfose, assumir os novos gostos e admitir nossa nova postura com a alma pacificada.

O grande problema é que a maioria dos líderes gostam de impor os seus usos e costumes pessoais nas pessoas. O que eles acham certo é dito como permitido e o que eles acham errado é considerado pecado. E mais, se não seguir conforme manda a cartilha deles essa pessoa é considerada um criminoso. Isso é um absurdo! Por causa disso existe um número grande de cristãos frustrados nas igrejas, pessoas desiludidas e com sua alma em prantos, borbulhando como água fervendo. O apóstolo Paulo em Romanos 14:22 disse “A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova”. O farol da nossa vida não são pessoas e sim a nossa consciência que esta cativa em Cristo. “Nisto conheceremos que somos da verdade, e diante dele tranqüilizaremos o nosso coração... Amados, se o coração não nos condena, temos confiança para com Deus” I Jo 3:19-21.

Desejo que você possa enxergar a vida com os seus próprios olhos, pois eles são as janelas da sua alma e se eles forem bons, todo o seu corpo será iluminado. Não se prenda a opiniões dos outros, tenha a sua própria. “...Se não faz sentido, discorde comigo, não é nada de mais, são águas passadas escolha uma estrada e não olhe, não olhe pra trás”.

Sempre buscando metanóia na vida pela Vida.

Josué Rodrigues
Pastor da Igreja Presbiteriana Betânia - RJ
Cantor e autor da música "Carvalhos de Justiça"

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O FORASTEIRO



Acabei de ler o livro “O Forasteiro” escrito pelo Dr. Benjamin Spadoni. Ele narra a história do seu pai, Bruno, imigrante italiano que não cria em Deus, que fugiu da perseguição política de seu país, imposta pelo, então, chefe de governo Benito Mussolini na década de 20.

No Brasil ele encontrou Jesus e o amor da sua vida, Lila, uma jovem de temperamento forte e decidida. Juntos se tornaram missionários e enfrentaram dificuldades de todos os tipos, daquelas que muitas vezes nos fazem questionar o sentido da vida, mas nunca perderam a fé no Senhor de suas vidas.

O livro foi surpresa pra mim, por dois motivos. Não esperava que o Dr. Benjamin fosse tão romântico e poético, porque a impressão que sempre guardei dele, era a de um homem sisudo e impassível. Provavelmente, resquício das minhas memórias da infância. Lembro-me que todos os meus amiguinhos dos anos 1970 – 1975 tinham verdadeiro pavor daquele olhar ríspido. Coisas de crianças! O homem é uma seda só, e da melhor!

O segundo motivo foi o modo como ele escreve..., leve, simples, claro, e que realmente cativa a gente. Eu comecei a ler o livro por volta das 8h e às 18h já tinha devorado tudo. Só parei pra almoçar! É empolgante!

Têm trechos que sensibilizei a ponto de encher os olhos d’água. Em outros, ri sozinho, como aquele em que o Reverendo Martin explode o lampião e as chamas pulam no seu traje. Ele chega a pensar se é castigo de Deus por querer exibir o lampião de última geração, ou por ter permitido o baile (dança) nas festividades do casamento do Bruno e Lila.

O livro realmente é um testemunho de fé, persistência e vitória em Jesus.

Gostei muito mesmo do livro e o recomendo!

Ah! Nada a ver com que acabei de escrever, mas só pra registrar aqui, outro dia li o livro “Confissões do Pastor” do Caio Fábio, e lá no capítulo 36, ele conta que em 1984 ele disse a um casal de amigos, Dr. Benjamin e dona Nelci, para lhe avisar, caso encontrassem no Hospital Evangélico alguma criança órfã, que era pra ele adotar. Mas ele acabou adotando uma garotinha de Niterói que a mãe tinha sumido e o pai não queria criar, e ainda tinha uma macumbeira querendo ficar com a menininha para consagrá-la aos “espíritos”. Essa garotinha é a sua filha, muito abençoada, Juliana.

RV, 10/2007

sábado, 13 de outubro de 2007

PAGAR PARA APANHAR...



Escuto o rádio no caminho para o trabalho todas as manhãs. É pouco tempo, dez minutos. Mas dá pra ouvir um pouco as notícias locais. Hoje escutei uma ocorrência policial que para mim, mostra bem o nível do desrespeito entre as pessoas.

Um cidadão pagou a sua passagem de ônibus e ficou esperando na roleta a cobradora lhe devolver vinte centavos de troco. Como ela não falava nada, ele pediu o troco. Ela disse que não tinha. Ele disse que precisava do troco, que era pouco, mas que precisava. Ela se irritou e lhe mandou caminhar, liberar a roleta. Mas ele insistiu que não podia abrir mão dos vinte centavos. A cobradora, mais que irritada, partiu pra cima do freguês, agredindo com tapas e empurrão. Segundo a notícia no rádio, o cidadão não reagiu de imediato, mas gritou para o motorista parar o ônibus, e que ia chamar a polícia. O motorista não parou e a cobradora continuou agredindo o cliente e ainda o ameaçando de morte. O cidadão começou a reagir e a coisa virou briga feia. O motorista seguiu e só parou no ponto final. Eu não entendi quem chamou a polícia, mas ela foi acionada e todos foram para a delegacia prestar depoimento.

Não sei como terminou o imbróglio, porque cheguei ao estacionamento do trabalho e não pude continuar ouvindo. Mas comecei o dia indignado! O que faz a cobradora pensar que ela tem o direito de negar o troco e ainda agredir o cliente? Sim, porque se trata de um serviço que uma empresa de transporte coletivo presta à comunidade, e não é de graça. O usuário do serviço é um cliente! E foi agredido apenas por exercer o seu direito num serviço em que ele está pagando. Na verdade, o respeito precisa existir, seja no serviço público ou no privado, porque somos nós, o povo, que pagamos de todo jeito.

Isso me faz pensar que nossas autoridades, nossos representantes, estão tão desacreditadas por não cumprirem suas promessas, e por se envolverem em tantas maracutaias e saírem ilesos de tudo, como se nada tivesse acontecido, com direito até a dança da pizza (deputada Angela Guadagnin no plenário da câmara em Brasília na absolvição da cassação do deputado João Magno-PT-MG; essa manifestação vergonhosa ficou conhecida como a Dança da Pizza, uma demonstração de escárnio com a opinião pública e certeza de impunidade dos políticos), que de repente, nós aqui, simples mortais, agimos como se as leis existissem para serem quebradas mesmo, ou que nem existem de fato. Afinal, quem tinha que ser exemplo, não o é?!

Brincadeira! Pagar para apanhar! Pagou e ainda levou de troco uma surra.

RV, 10/2007

DANÇA DA PIZZA - DANÇA DA VERGONHA!

CONFIANÇA


A confiança é a força poderosa na mente e no coração de quem desconhece a maldade. Confiar não é ignorar os obstáculos, é saber vencê-los.
O cobiçoso desconfia até de si mesmo e perde as condições de amar a Deus e ao próximo. A ambição cega o ambicioso, de modo que ele não vê sua própria paz. Todavia, a amizade nos dá o ambiente para ver, morando também nos outros.
A avareza alimenta o egoísmo, e esquece, ou faz esquecer, a necessidade alheia; não obstante, a fraternidade lhe mostra que tudo que existe no mundo é seu, e daqueles que moram com você na Terra.
A ganância faz entorpecer os seus sentidos mais nobres e desenvolver a revolta, quando vê o que os semelhantes têm a mais; nunca lhe deixa satisfazer com o que possui.
No entanto, a esperança elevada inspira as criaturas a repartirem o que têm, com os seus companheiros de viagem.
A avidez luta para acumular, sem cogitar quais os meios; a fé espiritualizada distribui qualidades para que os ricos não se apeguem em demasia aos tesouros da Terra.
O avarento não aceita explicações sobre os males que o dinheiro mal ganho lhe causa, e sem o proveito necessário.
Contudo, a caridade abre as mãos para quem tem fome e sede, para os nus e estropiados; ainda mais, dá meios para que todos ganhem o seu próprio pão.
A prosperidade depende de relevantes esforços no trabalho, seja ela física ou espiritual, e esses esforços, de certa forma, são confiar na fonte suprema da vida, consciente ou inconscientemente.
Porque a vida tem regras para seu existir, e uma delas é mover-se.
A alma que cria contenda, por onde passa, ainda não adquiriu confiança em Deus nem em si mesma; mora na dúvida, e respira em todos os tipos de incertezas, e eis aí um dos grandes martírios: Não confiar.
Foge da arenga, se esse for o ambiente das suas conversações, e procura inspirar os desejosos de hostilidade, em ideais elevados, de acordo com a sua capacidade de discernir as coisas.
Não alimentar conflitos já é um princípio da mais alta benevolência.
Abramos, pois, um crédito na vida universal, para que ele possa confiar na micro vida inteligente, em intenso processo de despertamento.
Se estiver lendo esta mensagem, não é por força do acaso, como às vezes se diz. Estás sendo escolhido e chamado para nos ajudar a difundir a harmonia divina no seio da luta humana. Seu exemplo de fé despertará esperança, alegria e saúde para todos os seres, mesmo que a sua consciência não participe desse fenômeno, movido pela vontade do Criador.
Trabalhe e confie, que o resto alguém fará por você e para você.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

ENTREVISTA COM CAIO FÁBIO - DECEPCIONADOS COM A IGREJA


Realizada por: Ivan Cordeiro – Administrador do site (FTSA).
Jonathan Menezes – Professor da Faculdade Teológica Sul Americana.


1. Você tem dito que viver o evangelho não implica necessariamente ser parte da igreja evangélica em sua configuração atual. Comente um pouco os porquês de tal postura.

Resposta:
Sim! Não implica em configuração alguma, de tempo algum; pois, de fato, a única coisa que implica é ser de Cristo; e quem é de Jesus conforme a consciência do Evangelho, este é Igreja e nunca deixa de encontrá-la; seja no caminho, seja indo ao encontro de irmãos em horas de adoração comum. Quanto aos porquês, na realidade não os tenho para além do fato de que sempre pensei assim a partir do Evangelho. Minha tese de ordenação foi sobre a Salvação Fora das Instituições, e isto fundado na compreensão acerca da Ordem de Melquizedeque, que é superior às linearidades históricas pelas quais viajam as informações que geram as instituições. Viver o Evangelho nada tem a ver com ser Evangélico histórica e institucionalmente falando; mas sim tem a ver com ser evangélico de acordo com Paulo aos Filipenses; ou seja: evangélico como um ser que carrega em si a qualidade do evangelho; portanto, trata-se de uma categoria existencial, e não institucional. Em minha opinião, pensar diferente é negar a fé. Ou seja: Pode-se viver o Evangelho em qualquer lugar, até na “Igreja Evangélica”.

2. Você tem dito também sobre um modo revolucionário de viver a vida cristã, o qual você denomina de “o Caminho”. O que é ser “dos do Caminho”?

Resposta:
Não há nada novo no que digo. A linguagem vem do Livro de Atos: “os do Caminho”; “este Caminho”; “encontrou alguns que eram do Caminho”; “...persegui este Caminho”. O Significado do Caminho é o significado da Igreja que é-indo... Afinal, Igreja fixa é Templo ou ajuntamento; e nada mais. A Igreja é feita dos chamados para fora, e que vão ao encontro de Jesus fora do arraial levando o Seu vitupério. A Igreja de Jesus foi anunciada no caminho para a Cesareia de Filipe. No caminho...; e também na direção da geografia mais pagã do território de Israel. Sintomático. Além disso, toda a idéia de Igreja no N.T. tem a ver com o sentido “peregrino e forasteiro” que busca resgatar o significado de ser Hebreu; que é aquele que se faz se não pára de andar...; de ser e crescer na fé e na aventura da renovação permanente da mente. Também, a idéia de caminho, tem tudo a ver com o que é essencial; e que no “Cristianismo” foi extinto — que é a fé como jornada, e não exclusivamente como corpo fixo de doutrina ou de representação institucional. Sobretudo, o Caminho é apenas o que diz. Sua revolução é a de sempre: a explosão da consciência de Jesus como fé apaixonada no coração de indivíduos gerando um corpo vivo e simples; ordenado a partir dos dons; organizado o suficiente para que os potenciais se maximizem, mas não se fixem hierarquicamente. De fato, decidimos chamar o que cremos que tem significado como Igreja, de “Caminho”; e os crentes de “os do Caminho” — e isto apenas porque ambos os termos estão emprenhados por contaminação cultural-radioativa-evangélica; e assim permanecerão ainda por muito tempo. Tornaram-se imprestáveis para significar o que Jesus propôs. Certos termos ficam tão corrompidos que é melhor esquecê-los por um tempo, e viver a partir do que eles significavam [e significam] originalmente; e não do que eles passaram a conotar; pois, o que importa não é a letra, mas o sentido. Aliás, com Jesus o que não é assim? Isto sem falar que termos como “igreja”, “presbítero”, “diácono”, etc. — todos foram tirados do sistema de administração das cidades do mundo greco-romano; e, outras vezes, das formas encontradas nas próprias Sinagogas dos Judeus. Portanto, nada disso é inspirado, mas apenas circunstancialmente útil. Na revelação a única forma inspirada é a Encarnação. As demais formas são, quando são, vasos-circunstanciais de barro contendo algo essencial: o tesouro do conteúdo imutável do Evangelho.

3. Se a igreja evangélica brasileira não tem correspondido às dinâmicas da vivência nesse caminho, o que falta?

Resposta:
O qual falta? Faltará algo a ser feito e consertado apenas se for possível botar vinho novo em odres velhos e se for sábio remendar veste velha com pano novo.

4. Em seu site, você tem se relacionado com muitas pessoas que de alguma forma se decepcionaram com a igreja. Na sua percepção, o que tem levado as pessoas a se desapontarem e se afastarem dela?

Resposta:
Ora, a “Igreja”. Ninguém deixa a fé por quase nenhuma outra razão. As pessoas perdem o romance com Deus porque a “visibilidade de Deus” na “igreja” é muitas vezes desumana e diabólica. A “Igreja” que ganhou a parada histórica [estivemos num momento crucial na década de 90, entre 91 e 94] é uma maquina de explorar e dissecar seres humanos até à medula. Não sobra nada. Além disso, a prevalência do surto neo-pentecostal, de um lado; e a aridez estéril dos históricos, de outro lado; provocaram um subproduto que faz os dias anteriores a Reforma Protestante parecerem piores apenas na rudeza, mas inocentes no processo de manipulação, de paganismo e de blasfêmia contra o Evangelho. “Os escândalos” acerca dos quais Jesus falou não são “fraquezas humanas” [essas não tiram a fé de ninguém; apenas entristecem], mas sim a perversidade humana contra o pequenino; e, nesse quesito, nada é mais ofensivo à percepção humana do que a pratica do que é “desumano” ou do que é “perverso” feitos em nome de Deus. Portanto, a “Igreja” é o próprio escândalo.

5. Você acredita que tais decepções têm fundamento, ou quem sabe uma parcela delas pode ser fruto de infantilidade espiritual? Não existe uma certa expectativa que distorce o próprio Evangelho?

Resposta:
Não! As pessoas sabem fazer diferença entre pecado humano e perversidade desumana. A imaturidade é dos filhos? São os pequeninos agora os responsáveis pelos que dizem “eu sei”? Ninguém que de fato conheceu Jesus deixará coisa alguma de valor da e na fé em razão dos “escândalos” dos que lideram como bandidos. No entanto, as pessoinhas que estão apenas chegando, vindas do paganismo mais supersticioso, entram cheias de esperança; e, com o tempo, descobrem que os macumbeiros exploram menos, e que despacho sai mais barato; já que em ambos os pólos “Deus” e “deuses” só aceitam oração simbolizada por dinheiro e feita com base em barganhas. A Graça está morta na “igreja”; posto que esta se jacta de ser o que não é. Portanto, transferir a conta para quem é ensinado é como culpar os filhos por seus pais lhes molestarem.

6. Como você vê a participação da liderança eclesiástica em tudo isso? Quais são as práticas imediatas que um bom líder precisa adotar a fim de superar esse cenário crítico?

Resposta:
Primeiro: acabar com essa história americana de líder. As raízes do conceito de liderança na e da “igreja” são pagãos: vêm dos gregos, passaram pelos romanos, participaram de todas as alquimias de poder na Europa, e ganharam sua versão atual nos modelos americanos de gestão e de importância empreendedora e funcional.

Segundo: é preciso entender que no Evangelho de Jesus liderar é servir, é se dar, é esperar que todos se abriguem pra que você ache um lugar.

Terceiro: é essencial que se acabe com toda essa fanfarrice de liderança e se inicie o processo do lava-pés; de fato e de verdade.

Quarto; e último: o bom líder é um servo simples e que dá a vida pelas ovelhas do Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo; e, por isso, lidera como o Cordeiro: não domina, mas exemplifica; não ordena, mas mostra; não impõe, mas deixa claro o que é; não oprime, antes remove pesos; é misericordioso, mas trata tudo na verdade; é forte na fé e fraco na Graça que tem mais prazer em perdoar do que em julgar; e que prega e ensina a Palavra em total simplicidade, com seu jeito, com sua própria cara, com sua própria essência; e que não busca para si nada que não seja oferecer de graça o que pela Graça lhe veio. Ora, eu não tenho que falar disso. Esta tudo tão simples no Evangelho. Por isso Jesus apenas diz: “Vem e vê!”

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

APENAS UM PASSO


Não importa há quanto tempo você esteja andando para o Norte - com apenas um passo você é capaz de andar para o Sul.

O que é preciso para dar uma volta de 180º na sua vida?

Apenas um passo.Você está a apenas um passo de uma dieta mais equilibrada, a um passo de melhorar suas finanças pessoais, a um passo de ser um profissional muito melhor, a um passo de ter um relacionamento mais gratificante.

Daqui a um minuto, seus piores problemas podem estar todos atrás de você, ao invés de estarem na sua frente. Com apenas um passo, o melhor dia da sua vida pode ainda estar por vir, e não estar perdido em algum lugar do passado distante.

Num instante, todas as energias negativas na sua vida podem ser redirecionadas para alguma coisa positiva.

Apenas um passo é necessário para romper essa inércia, e dar à sua vida o rumo que você realmente gostaria que ela tivesse.

Autor desconhecido

terça-feira, 9 de outubro de 2007

TORNANDO-NOS MAIS SEMELHANTES A CRISTO

Mensagem de John Stott em KeswickDr. John Stott — "O Paradigma: tornando-nos mais semelhantes a Cristo". Sermão pregado na Convenção de Keswick em 17 de julho de 2007
Lembro-me muito claramente de que há vários anos, sendo um cristão ainda jovem, a questão que me causava perplexidade (e a alguns amigos meus também) era esta: Qual é o propósito de Deus para o seu povo? Uma vez que tenhamos nos convertido, uma vez que tenhamos sido salvos e recebido vida nova em Jesus Cristo, o que vem depois? É claro que conhecíamos a famosa declaração do Breve Catecismo de Westminster: "O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre". Sabíamos disso e críamos nisso. Também refletíamos sobre algumas declarações mais breves, como uma de apenas sete palavras: "Ama a Deus e ao teu próximo". Mas de algum modo, nenhuma delas, nem outra que pudéssemos citar, parecia plenamente satisfatória. Portanto, quero compartilhar com vocês o entendimento que pacificou minha mente à medida que me aproximo do final de minha peregrinação neste mundo. Esse entendimento é: Deus quer que seu povo se torne semelhante a Cristo. A vontade de Deus para o seu povo é que sejamos conformes à imagem de Cristo.

Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo.

Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles.

Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.

O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito". Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória — que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus.

Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é". Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente.

Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos — o eterno, o histórico e o escatológico — se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.

Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: "Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou". Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado.

Alguns de vocês podem ficar horrorizados com essa idéia e rechaçá-la de imediato. "Ora", me dirão, "não é óbvio que a Encarnação foi um evento absolutamente único, não sendo possível reproduzi-lo de modo algum?" Minha resposta é sim e não. Sim, foi único no sentido de que o Filho de Deus revestiu-se da nossa humanidade em Jesus de Nazaré, uma só vez e para sempre, o que jamais se repetirá. Isso é verdade. Contudo, há outro sentido no qual a Encarnação não foi um evento único: a maravilhosa graça de Deus manifestada na Encarnação de Cristo deve ser imitada por todos nós. Nesse sentido, a Encarnação não foi única, exclusiva, mas universal. Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz". Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação.

Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: "Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido". Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo" — note-se a palavra — "para que, como eu vos fiz, façais vós também".

Há cristãos que interpretam literalmente esse mandamento de Jesus e fazem a cerimônia do lava-pés em dia de Ceia do Senhor ou na Quinta-feira Santa — e podem até estar certos em fazê-lo. Porém, vejo que a maioria de nós fez apenas uma transposição cultural do mandamento de Jesus: aquilo que Jesus fez, que em sua cultura era função de um escravo, nós reproduzimos em nossa cultura sem levarmos em conta que nada há de humilhante ou degradante em o fazermos uns pelos outros.

Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: "Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave". Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa.

Observe a idéia que aqui se desenvolve: Paulo está nos instando a sermos semelhantes a Cristo na Encarnação, ao Cristo que lava os pés dos irmãos e ao Cristo crucificado. Esses três acontecimentos na vida de Cristo nos mostram claramente o que significa, na prática, sermos conformes à imagem de Cristo.

Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo — outra vez a mesma palavra — para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual.

No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo", referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio". Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são "envio ao mundo". Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no "mundo" das outras pessoas. É como explicou, com muita propriedade, o Arcebispo Michael Ramsey há alguns anos: "Somente à medida que sairmos e nos colocarmos, com compaixão amorosa, do lado de dentro das dúvidas do duvidoso, das indagações do indagador e da solidão do que se perdeu no caminho é que poderemos afirmar e recomendar a fé que professamos".

Quando falamos em "evangelização encarnacional" é exatamente disto que falamos: entrar no mundo do outro. Toda missão genuína é uma missão encarnacional. Temos de ser semelhantes a Cristo em sua missão. Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua Encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão.

Quero, de modo bem sucinto, falar de três conseqüências práticas da assemelhação a Cristo.

Primeira: A assemelhação a Cristo e o sofrimento. Por si só, o tema do sofrimento é bem complexo, e os cristãos tentam compreendê-lo de variados pontos de vista. Um deles se sobressai: aquele segundo o qual o sofrimento faz parte do processo da transformação que Deus faz em nós para nos assemelharmos a Cristo. Seja qual for a natureza do nosso sofrimento — uma decepção, uma frustração ou qualquer outra tragédia dolorosa —, precisamos tentar enxergá-lo à luz de Romanos 8:28-29. Romanos 8:28 diz que Deus está continuamente operando para o bem do seu povo, e Romanos 8:29 revela que o seu bom propósito é nos tornar semelhantes a Cristo.

Segunda: A assemelhação a Cristo e o desafio da evangelização. Provavelmente você já se perguntou: "Por que será que, até onde percebo, em muitas situações os nossos esforços evangelísticos freqüentemente terminam em fracasso?" As razões podem ser várias e não quero ser simplista, mas uma das razões principais é que nós não somos parecidos com o Cristo que anunciamos. John Poulton, que abordou o tema num livreto muito pertinente, intitulado A Today Sort of Evangelism, escreveu:

"A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou idéias. É no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal".

Isto é assemelhar-se à imagem de Cristo. Permitam-me dar outro exemplo. Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, identificando que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: "Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo". Eu penso que a Índia já estaria aos seus pés hoje mesmo se os cristãos vivessem como Jesus viveu. Oriundo do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: "Se todos os cristãos fossem cristãos — isto é, semelhantes a Cristo —, hoje o islã não existiria mais".

Isto me leva ao terceiro ponto: Assemelhação a Cristo e presença do Espírito Santo em nós. Nesta noite falei muito sobre assemelhação a Cristo, mas será que ela é alcançável? Por nossas próprias forças é evidente que não, mas Deus nos deu seu Santo Espírito para habitar em nós e nos transformar de dentro para fora. William Temple, que foi arcebispo na década de 40, costumava ilustrar este ponto falando sobre Shakespeare:

"Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus".

Para concluir, um breve resumo do que tentamos pensar juntos aqui hoje: O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Cristo. O modo como Deus nos torna conformes à imagem de Cristo é enchendo-nos do seu Espírito. Em outras palavras, a conclusão é de natureza trinitária, pois envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

John Stott

Fonte do original em inglês:

Tradução: F. R. Castelo Branco Outubro 2007

sábado, 6 de outubro de 2007

MINHA CONFIANÇA ESTÁ EM DEUS!



Perdi o sono nessa madrugada e fiquei navegando pela internet procurando clipes de músicas dos anos 80. Lá pelas duas ouvi meu netinho de um ano e oito meses chorar. Logo em seguida escutei seus pais tentando acalmá-lo. Mas percebi que o choro estava estranho, sufocado, agoniado. Levantei da cadeira e fui procurar saber o que ocorria. Minha mulher tem o sono leve e acabou escutando e se levantou também. Antes de abrir a porta, minha filha me gritou. Quando ela faz assim, já sabemos que algo não está bem. Abri a porta rápido e vimos nosso genro com nosso netinho no colo. Ele respirava com muita dificuldade e já um pouco com cianose. Gritei: “já pro pronto socorro!” Minha filha queria lhe dar um remédio para garganta. Gritei outra vez: “não dê nada, corra pro pronto socorro!”


Corri, peguei a chave do carro, já abri o portão da garagem e tirei o carro pra fora. Desci do carro, passei a chave para o meu genro, ele sentou ao volante, minha filha entrou no carro com meu neto nos braços, e seguiram em disparada para o hospital. Minha esposa desabou e clamava chorando: “meu Deus, será que vai dar tempo!” E se pôs a orar intercedendo pela vidinha preciosa do nosso netinho.


Da minha casa até o hospital são quatro quilômetros, aproximadamente, e o pior são as voltas que é preciso dar para conseguir chegar até o pronto socorro, fora os sinaleiros. Um absurdo! O acesso deveria ser o mais descomplicado possível. A pessoa em situação de emergência pode morrer nessas voltas antes mesmo de conseguir chegar. A Secretaria Municipal de Trânsito precisa prestar atenção nisso quando elabora seu esquema de trânsito na cidade.


Liguei para o celular do pediatra do meu neto, mas deu caixa de mensagem. Outro absurdo! Se o telefone da casa de um médico toca no meio da madrugada, o motivo pode ser qualquer um como para qualquer pessoa, mas principalmente, pode ser um cliente seu precisando de atendimento médico urgente. Para quê me adianta ter o número do celular do meu médico se quando eu preciso, ele não me atende?! Poderia ter atendido e me orientado a correr pro pronto socorro mesmo, já que era uma emergência, mas eu esperava que ele fosse até lá pra dar socorro, ou então, me dissesse que ia ligar pra lá e já deixar tudo encaminhado e que qualquer coisa, eu poderia chamá-lo novamente... Qualquer coisa assim, pra nos deixar mais tranqüilos como pais e avós. Sei que a decisão de trocar de médico, não me garante que outro não faça o mesmo, mas esse, eu perdi a confiança. Estou sendo radical? Não! Quando o fato é reincidente.


Liguei, então, para o pronto socorro, me identifiquei, e comuniquei o que acontecia e pedi que ficassem prontos porque a coisa estava séria. Trocamos de roupas e fomos para o hospital também. Chegando lá, nosso neto já estava sendo medicado. A médica plantonista o diagnosticou como laringite, e explicou para mim que as laringes estavam inflamadas e inchadas, o que provocou obstrução das vias respiratórias.


Mas meu neto ainda estava com a pele azulada e com a respiração apertada. A enfermeira tentou aplicar o aerosol, mas ele não deixava, empurrava com a mãozinha. Então a médica passou soro com aminofilina. Foi preciso pôr uma tala de madeira em seu braçinho. O efeito é quase que imediato e ele foi se acalmando e voltando ao normal.


Tentamos fazê-lo dormir, mas ele estava com os olhinhos assustados e não aceitava que nenhum de nós nos afastasse dele, principalmente o seu pai. Ele é doido com o pai! Minha esposa procurou a sua chupeta, mas na correria ela ficou em casa. Então busquei uma na farmácia de plantão, e fui com minha esposa até a pediatria achar um jeito de esterilizar a chupeta.


Bem mais calmo e quase dormindo, agora com sua chupeta, eu e minha mulher nos despedimos da filha, genro e do nosso netinho e fomos pra casa, esgotados, e com a impressão de que fizemos muita ginástica ou de que levamos uma surra. O corpo parecia moído. Já eram quase cinco horas da manhã.


Essa situação me fez lembrar outra bem parecida, acontecida comigo há muitos anos. Mas essa é outra história!


Mais uma vez tive prova do amor de Deus para comigo e minha família, permitindo Vida pro meu neto.
Rio Verde, 06/10/07

OS PASSOS CLÁSSICOS DAS MUDANÇAS

por Gustavo Boog

Por que tantas mudanças, principalmente no mundo organizacional, não dão certo? O cemitério de mudanças mal conduzidas é enorme e nele jazem idéias e projetos grandiosos ou pequenos, vindo de empresas prestigiadas ou de organizações anônimas.

É clássico o conhecimento que todo processo de mudanças tem:

Situação atual: onde estamos hoje? Qual o “raio X” da situação?
Situação desejada: onde queremos chegar? Qual nossa visão de futuro?
Ações: o que devemos fazer para chegar lá? Quais são as atividades, prioridades e recursos?

Esta é a lógica das mudanças, que, assim descritas, parecem ocorrer de forma linear, tranqüila e sem imprevistos. Mas todos sabem que na vida prática as coisas não são bem assim... O senso comum diz que as pessoas resistem às mudanças. Isto é especialmente verdadeiro quando as mudanças são impostas. Quando as pessoas participam, se envolvem e se comprometem com as mudanças, aceitam a realidade, sonham com o futuro e agem com perseverança, as mudanças progridem rapidamente.

Visão ocidental, visão oriental

No ocidente, de forma geral, tendemos a ser rápidos nos processos decisórios: poucos são os envolvidos, a pressão de tempo é grande, a urgência requer decisões que não consideram os vários pontos de vista. Na hora da implantação, no entanto... surgem resistências às mudanças, mais veladas ou mais abertas, que muitas vezes terminam em sangrentas batalhas pelo poder; os decisores muitas vezes planejam mal as mudanças, levando a dificuldades de coordenação; aspectos peculiares dos envolvidos não foram adequadamente considerados, inviabilizando a implantação. O que se ganhou na decisão rápida se perde na implantação lenta.

No oriente, a tendência é de processos decisórios mais lentos, que envolvem a grande maioria dos setores afetados. O planejamento das mudanças tende a ser mais completo, os diversos aspectos e peculiaridades são considerados, alternativas e idéias complementares são agregados: com isto todos se sentem pais e mães do processo, as resistências são minimizadas e a implantação é rápida. O tempo total de decisão + implantação tende a ficar mais reduzido.

A grande lição a tirar desta comparação de modelos é que o envolvimento e comprometimento de todos são cruciais para o sucesso. Mudanças conduzidas “goela abaixo” não têm muita sustentação e se deterioram em pouco tempo.

O que fazer para as mudanças darem certo?

As carências em colocar em prática três verbos são fatais para qualquer mudança:
- Não aceitar
- Não sonhar
- Não perseverar

No diagnóstico da situação atual muitas vezes há diferentes percepções do que seja “o nosso raio X”. Áreas de atuação como marketing, operações, gestão de pessoas, tecnologia da informação e jurídico vêem a situação de formas diferentes.

O mesmo ocorre se considerarmos as percepções dos diretores, dos gerentes e dos supervisores. O tipo pessoal de atuação também influencia fortemente este processo. Portanto, integrar todas as diferentes percepções é vital ao sucesso das mudanças.

A palavra-chave é aceitar a realidade como ela é, e não mesclar com aquilo que as pessoas gostariam que fosse. A crítica e o julgamento devem ser substituídos pela aceitação, que é confundida com passividade, conformismo ou paralisia. Nós só podemos curar e mudar aquilo que realmente aceitamos.

Todos os empreendimentos humanos, de uma enorme corporação a uma pequena casa, um carro, uma carreira, iniciaram com um sonho. O sonhar nos conduz à polaridade inversa do aceitar a realidade. Sonhar nos conecta ao futuro, à visão daquilo que desejamos. Sonhar é uma atividade ligada ao nível espiritual, à alegria, à felicidade. Sonhar nos liberta das limitações do estado atual, gerando energia. Sonhar nos conecta a visão, missão e valores. Devemos sonhar sonhos grandes e ousados. As pessoas e as organizações que são tristes não sonham. Como todo empreendimento coletivo, a organização precisa de sonhos que unam as pessoas, e é aí que as lideranças têm um papel fundamental, ao estimular e propiciar sonhos significativos ao seu pessoal.

Para nos movermos concretamente da aceitação da realidade para o futuro sonhado é preciso perseverar na ação competente. Ter um ótimo e preciso diagnóstico, bem como os sonhos bem definidos, não basta. Para mudarmos a nossa realidade e tornarmos nossos sonhos a nova realidade é preciso agir com competência e com perseverança. No caminho em direção ao sonho existem estações intermediárias, existem paradas para descanso e para nos re-abastecermos, existem momentos fáceis e alegres, mas também pedras e espinhos. E é aí que a perseverança, a tenacidade, o não desistir é fundamental. A ação orientada para o sonho torna-o uma realidade.

E é assim que as mudanças acontecem.