Perdi o sono nessa madrugada e fiquei navegando pela internet procurando clipes de músicas dos anos 80. Lá pelas duas ouvi meu netinho de um ano e oito meses chorar. Logo em seguida escutei seus pais tentando acalmá-lo. Mas percebi que o choro estava estranho, sufocado, agoniado. Levantei da cadeira e fui procurar saber o que ocorria. Minha mulher tem o sono leve e acabou escutando e se levantou também. Antes de abrir a porta, minha filha me gritou. Quando ela faz assim, já sabemos que algo não está bem. Abri a porta rápido e vimos nosso genro com nosso netinho no colo. Ele respirava com muita dificuldade e já um pouco com cianose. Gritei: “já pro pronto socorro!” Minha filha queria lhe dar um remédio para garganta. Gritei outra vez: “não dê nada, corra pro pronto socorro!”
Corri, peguei a chave do carro, já abri o portão da garagem e tirei o carro pra fora. Desci do carro, passei a chave para o meu genro, ele sentou ao volante, minha filha entrou no carro com meu neto nos braços, e seguiram em disparada para o hospital. Minha esposa desabou e clamava chorando: “meu Deus, será que vai dar tempo!” E se pôs a orar intercedendo pela vidinha preciosa do nosso netinho.
Da minha casa até o hospital são quatro quilômetros, aproximadamente, e o pior são as voltas que é preciso dar para conseguir chegar até o pronto socorro, fora os sinaleiros. Um absurdo! O acesso deveria ser o mais descomplicado possível. A pessoa em situação de emergência pode morrer nessas voltas antes mesmo de conseguir chegar. A Secretaria Municipal de Trânsito precisa prestar atenção nisso quando elabora seu esquema de trânsito na cidade.
Liguei para o celular do pediatra do meu neto, mas deu caixa de mensagem. Outro absurdo! Se o telefone da casa de um médico toca no meio da madrugada, o motivo pode ser qualquer um como para qualquer pessoa, mas principalmente, pode ser um cliente seu precisando de atendimento médico urgente. Para quê me adianta ter o número do celular do meu médico se quando eu preciso, ele não me atende?! Poderia ter atendido e me orientado a correr pro pronto socorro mesmo, já que era uma emergência, mas eu esperava que ele fosse até lá pra dar socorro, ou então, me dissesse que ia ligar pra lá e já deixar tudo encaminhado e que qualquer coisa, eu poderia chamá-lo novamente... Qualquer coisa assim, pra nos deixar mais tranqüilos como pais e avós. Sei que a decisão de trocar de médico, não me garante que outro não faça o mesmo, mas esse, eu perdi a confiança. Estou sendo radical? Não! Quando o fato é reincidente.
Liguei, então, para o pronto socorro, me identifiquei, e comuniquei o que acontecia e pedi que ficassem prontos porque a coisa estava séria. Trocamos de roupas e fomos para o hospital também. Chegando lá, nosso neto já estava sendo medicado. A médica plantonista o diagnosticou como laringite, e explicou para mim que as laringes estavam inflamadas e inchadas, o que provocou obstrução das vias respiratórias.
Mas meu neto ainda estava com a pele azulada e com a respiração apertada. A enfermeira tentou aplicar o aerosol, mas ele não deixava, empurrava com a mãozinha. Então a médica passou soro com aminofilina. Foi preciso pôr uma tala de madeira em seu braçinho. O efeito é quase que imediato e ele foi se acalmando e voltando ao normal.
Tentamos fazê-lo dormir, mas ele estava com os olhinhos assustados e não aceitava que nenhum de nós nos afastasse dele, principalmente o seu pai. Ele é doido com o pai! Minha esposa procurou a sua chupeta, mas na correria ela ficou em casa. Então busquei uma na farmácia de plantão, e fui com minha esposa até a pediatria achar um jeito de esterilizar a chupeta.
Bem mais calmo e quase dormindo, agora com sua chupeta, eu e minha mulher nos despedimos da filha, genro e do nosso netinho e fomos pra casa, esgotados, e com a impressão de que fizemos muita ginástica ou de que levamos uma surra. O corpo parecia moído. Já eram quase cinco horas da manhã.
Essa situação me fez lembrar outra bem parecida, acontecida comigo há muitos anos. Mas essa é outra história!
Mais uma vez tive prova do amor de Deus para comigo e minha família, permitindo Vida pro meu neto.
Rio Verde, 06/10/07
Um comentário:
Olha gente realmente, isso q aconteceu serve para nos mostrar muitas coisas, ex.: problemas no transito, médicos q se omitem, mais o mais importante o poder e a proteção de Deus em nossas vidas, e sou muito grato, mais muito grato mesmo a Ele, pela sua proteção e as bênçãos q Ele tem concedido a essa família maravilhosa q Ele me deu a graça de fazer parte, obrigado a Senhor Deus.
Victor Palazzo
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